Mosteiro do Desagravo do Santíssimo Sacramento

IPA.00022029
Portugal, Lisboa, Lisboa, São Vicente
 
Arquitetura religiosa, setecentista e arquitetura educativa, do séc. 20. Mosteiro de Clarissas Urbanistas da jurisdição do ordinário, composto por igreja e zona regral desenvolvida a N. e O., de planta retangular irregular, desenvolvido em torno de claustro e pátio, tendo uma pequena cerca no lado O.. Igreja composta por nave, com eixo longitudinal interno e acesso lateral, e por capela-mor, para onde abrem os coros, baixo e alto, o primeiro ladeado por confessionários, tendo adossada a sacristia de fora. Claustro retangular com alas no piso inferior que abrem para a quadra por arcos de volta perfeita, encimado por terraços de ligação às dependências do piso superior. Portaria no ângulo formado com a fachada principal da igreja. ESCOLA de planta retangular irregular, desenvolvida em torno de dois pátios e com um edifício de construção mais recente, que abre para o campo de jogos, onde se implantava a cerca. Possui várias salas de aula, refeitório, cozinha e zona de lazer.
Número IPA Antigo: PT031106511040
 
Registo visualizado 2924 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Convento / Mosteiro  Mosteiro feminino  Ordem de Santa Clara - Clarissas (jurisdição do ordinário)

Descrição

Planta poligonal irregular composta por vários corpos retangulares, desenvolvidos em torno de pátio no lado NE., claustro central e, no topo SO., um campo de jogos *1, de volumes articulados com coberturas diferenciadas em telhados de duas e três águas. Fachadas rebocadas e pintadas de rosa, percorridas por soco saliente e pintado de cinza, com cunhais também pintados de cinza e remates em frisos e cornijas; são rasgadas uniformemente por vãos retilíneos com molduras simples em cantaria. Fachada principal virada a SE. com dois e três pisos, adaptando-se ao desnível do terreno, sustentados por alto muro de suporte de terrenos, parcialmente rebocado e pintado de rosa, com uma das faces pintada de branco, capeado a cantaria e encimado por grades metálicas pintadas de branco. O pano do lado esquerdo, em ressalto, está seccionado em dois eixos de vãos, divididos por pilastra colossal, o do lado esquerdo com dois pisos, possuindo vãos retilíneos assentes em pilares no piso inferior, formando uma zona alpendrada, encimados por três janelas de peitoril; o do lado direito possui três pisos de 10 janelas de peitoril. No ângulo formado pelos dois panos surge um eixo de vãos, composto por porta em arco abatido e moldura recortada, encimado por duas janelas de peitoril. O pano do lado direito possui dois eixos de vãos, com catorze janelas de peitoril em cada um dos pisos; no extremo direito, pano com três janelas, a superior de varandim e guarda metálica, surgindo sobre um friso e beirada simples um reaproveitamento do sótão com duas janelas retilíneas. Prolonga-se em pano de muro, que sustenta um pátio, protegido por grades metálicas e pérgula. A fachada lateral esquerda forma cotovelo, com o pano do lado direito muito saliente, rasgado por dois portões de acesso a pequeno pátio, pavimentado a calçada à portuguesa, confinado pelo edifício de piso único, rebocado e pintado de branco, rasgado por portas e janelas de verga reta. O cotovelo possui, na face SE., o corpo do edifício mais recente, pintado de branco e rasgado por três janelas retilíneas e cinco pequenos postigos; no lado direito, o muro com a antiga porta carral, em arco abatido e moldura simples. A face virada a SO. possui, ao nível do soco, sete janelas jacentes, encimadas por três janelas de peitoril e moldura simples. Fachada lateral direita sustentada por muro de suporte de terrenos, formando um terraço, para onde abrem 11 vãos em cada piso. Fachada posterior marcada por pequeno muro com porta retilínea, a que se sucede um corpo com porta em arco abatido e três janelas de peitoril, seguido de muto escalonado, encimado por rede metálica, rasgado, pontualmente, por janelas retilíneas. INTERIOR desenvolvido em torno do antigo claustro, retangular, composto por três arcadas nos topos e seis nos lados mais largos, de acesso às alas, cobertas por terraços, constituindo varandas com guardas metálicas, para onde abrem portas de verga reta encimadas por óculos ao centro dos lados maiores, ladeados por janelas retilíneas, num total de 30. A quadra está pavimentada a calçada à portuguesa, com tanque central, envolvido por árvores. Na ala NO., surgem seis painéis de azulejo, a representar a Oração no Horto, Beijo de Judas, Cristo perante Caifás, Flagelação, Coroação de espinhos, Ecce Homo, Cristo encontra Verónica, Calvário. No lado direito, um segundo pátio, recortado pela saliência dos vários corpos, com dois e três pisos, adaptando-se ao declive do terreno, possuindo, no lado NE., ala aberta por vãos retilíneos, assentes em pilares de cantaria e, na ala NO., um loggia com vãos de volta perfeita, assente em colunas toscanas. No extremo SO., um campo de jogos, envolvido, a NO., pelo novo edifício de dois pisos e rasgado por vãos retilíneos simples.

Acessos

Campo de Santa Clara

Protecção

Incluído na Zona de Proteção da Igreja de Santa Engrácia (v. IPA.00004721)

Enquadramento

Urbano, isolado, implantado a meia-encosta, a que se adapta, no denominado Campo de Santa Clara, com a fachada SE. voltada para o Panteão Nacional e a NO. virada para um largo onde se situa o antigo Mercado Municipal de Santa Clara (v. PT031106511200).

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Religiosa: mosteiro feminino

Utilização Actual

Política e administrativa: política e administração central / Devoluto

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Séc. 18 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITETO: Mateus Vicente de Oliveira (1780). ELETRICISTA: Electro Lopes, Lda. (1968-1973); Pereira Bastos, Lda. (1968). CARPINTEIROS: António Lobo (1783); Francisco António de Sousa (1783, 1798); Francisco França (1783). CONDUTOR DE OBRAS: Manuel Francisco Botelho e Costa (1914). EMPREITEIROS: Alberto Correia (1941); António Joaquim Alves (1960); António Rodrigues Maduro (1965-1967); Columbano dos Santos (1947); Emílio Veríssimo de Barros (1943-1945); Fonseca & Irmão, Lda. (1957-1959, 1965-1967, 1968-1973, 1975); Gaspar Maria Barbosa (1974, 1976-1977); João Vidigal (1949); José Maria Marrucho (1978-1981); Luís Miranda, Lda. (1976); Orlando & Almeida, Lda. (1975); Preza, Lda (1962-1963); Ramos & C.ª (1936). ESCULTORES: António Ferreira (atr., séc. 18); Joaquim Machado de Castro (atr., 1782). FORNECEDORES: Alcodi (1972); Azevedo & Pessi, Lda. (1974); Figueira, Simões & Silva, Lda. (1980); José António Monteiro (1780); Luís Bandeira, Lda. (1974). PINTORES: D. Maria Ana (1783); Pedro Alexandrino de Carvalho (1783).

Cronologia

1778, 17 outubro - escritura de venda de umas casas ao Marquês de Angeja, no Campo de Santa Clara, adquiridas a Bartolomeu de Aranda e Angelina Maria Riba (JACQUINET, p. 98); 1778 - 1779 - construção de um recolhimento de Terceiras; 1779, 23 abril - pedido de licença para a construção do edifício pela Marquesa, D. Francisca de Assis; o visitador avalia o edifício, afirmando-o conforme o determinado pelo Concílio de Trento (JACQUINET, p. 97); 02 maio - quatro recolhidas entram na comunidade (JACQUINET, p. 99); 22 maio - estão no mosteiro quatro recolhidas; 1780, outubro e novembro - feitura do teto do ante-coro, florões da casa grande, teto em casquinha da tribuna e madeira de bordo para o coro; novembro e dezembro - pintura dos painéis do coro e execução das capelas colaterais por Silvestre Faria Lobo (JACQUINET, p. 145); 09 dezembro - recibo de Mateus Vicente de Oliveira relativo às obras de ampliação do edifício, agora destinado a mosteiro (JACQUINET, pp. 97 e 102); aquisição de madeira ao carpinteiro José António Monteiro (JACQUINET, p. 144); 1782 - encomenda de madeira pelo mestre carpinteiro Francisco António de Sousa (JACQUINET, p. 144); feitura do presépio pequeno, atribuível a Machado de Castro, havendo um maior, atribuível a António Ferreira (JACQUINET, pp. 190-193); 25 janeiro - Breve do Papa Pio VI a autorizar a fundação do mosteiro com quatro religiosas provenientes do Mosteiro do Louriçal; 1783 - feitura das molduras de pedraria, do fasquiado de 44 celas por António Lobo, forro de 25 celas e painéis do corredor e ante-coro; feitura das janelas para o lado do rio e das portas (JACQUINET, p. 145); fevereiro - Francisco França aparelha e forra 11 celas, os painéis do dormitório, ladrilhado, e celas do noviciado; forro do corredor, casa do comungatório e corredor que vai para a sacristia; feitura das portas e janelas do coro de cima, dos vãos da Capela do Senhor Morto, um para o comungatório, 3 janelas e cinco vãos para o noviciado; aparelhamento da Casa de Profundis e forro da despesa de cima; fasquiado dos tetos das 4 capelas; pintura do teto da capela-mor e da Capela do Senhor Morto por Pedro Alexandrino de Carvalho; compra de castiçais, cruz, envangelho e sala a António Lopes da Silva por 96$000 (JACQUINET, p. 146); 28 julho - D. Maria I autoriza a fundação do Mosteiro (JACQUINET, p. 113); 18 outubro - permissão do Cardeal Patriarca D. Fernando I para a entrada das religiosas na clausura, tendo, após visita canónica ao mesmo, sido considerado conforme com as normas do Concílio de Trento; outubro - entram no edifício as religiosas D. Maria Cândida, Maria de Jesus, Mariana de Jesus e Maria da Sagrada Família e seis noviças (JACQUINET, p. 114); 20 outubro - D. Maria reafirma a posse da Coroa sobre o edifício; 23 outubro - são nomeadas a abadessa, Madre Maria Cândida, a vigária, porteira e mestre de noviças, todas sob jurisdição do Patriarcado (JACQUINET, p. 113); 1784, 14 dezembro - Bula do Papa Pio VI a conceder privilégios a quem assistisse a três missas semanais no altar da Sagrada Família; 1786, 24 janeiro - Breve de Pio VI a conceder indulgências a quem rezasse junto ao Santíssimo Exposto às quintas-feiras; 1788, março - fecho da clausura (JACQUINET, p. 98); 1790, 22 março - doação do edifício pelo marquês D. José de Noronha à abadessa do cenóbio (JACQUINET, p. 97); 06 junho - confirmação da doação por D. Maria I (JACQUINET, p. 98), tornando-se padroeira a Infanta D. Maria Ana, filha de D. José I, que dá ao cenóbio os rendimentos da Quinta da Água, em Corroios (JACQUINET, p. 111); 1798 - obra não especificada por Francisco António; obras no aqueduto dos Banhos (JACQUINET, p. 147); 1803 - 1804 - obras de remodelação; 1833 - segundo Luís Gonzaga Pereira, a igreja *2, projeto do arquiteto Reinaldo Manuel dos Santos, tem três capelas, a mor com o Santíssimo e duas capelas laterais; no interior, surgem dois quadros, pintados pela fundadora; 1834 - após a extinção das ordens religiosas, o convento é aproveitado para atividades educacionais, ficando a igreja aberta ao culto; no edifício residem 15 monjas professas e 9 não professas; 1897 - cedência do edifícios às Irmãs Hospitaleiras (JACQUINET, pp. 128/129); 1901, 12 dezembro - extinção do Mosteiro após a morte da última religiosa; 1902 - inventário dos bens do Mosteiro *3, sendo referidos bens nos concelhos de Lisboa, Seixal, Santarém, Sintra, Torres Vedras e Olivais; 16 dezembro - a Fazenda Nacional toma posse do edifício, sendo depositária dos bens móveis D. Emília Rosa de Figueiredo, pupila do Instituto; 1910 - o imóvel passa para a posse do Estado; 1903, 27 junho - o edifício é cedido às Servitas do Rego; 1911 - na sequência da implantação da República, a associação abandona o edifício; 1912, 03 outubro - na sequência de um Decreto, publicado em DG, n.º 234, em 04 outubro, o edifício e casa anexa do capelão são concedidos à Direção-Geral da Assistência Pública para instalação dos alunos do Colégio do Calvário; a Igreja e coro estão ao serviço da Comissão Jurisdicional dos Bens das Extintas Congregações Religiosas e o recheio não foi cedido; 1914 - está instalada na Igreja a Escola Profissional; obras dirigidas por Manuel Francisco Botelho e Costa; 13 novembro - a igreja é solicitada para arrecadar fardamentos do exército; 26 novembro - cedência do espaço ao exército; 30 dezembro - o exército pede autorização para remover a grade do coro-baixo, pois a passagem do material pelos confessionários iria provocar ruína no coro, feito em mármore; 1915 - novo pedido de autorização para a remoção da grade; 1918 - novo inventário dos bens do Mosteiro; 1919, 06 setembro - pedido da cedência da igreja e edifício para instalação da Escola Primária Superior D. António da Costa; 27 novembro - o edifício é incorporado nos Próprios da Fazenda Nacional; 13 dezembro - a igreja está desocupada, devido à construção de um novo armazém para guardar os fardamentos do exército; 1932 - cedência do edifício à Direção-Geral da Assistência para instalar o Asilo de Santa Clara; 1932 - 1938 - os objetos existentes na igreja são transferidos para a Igreja de Nossa Senhora da Graça, em Almagreira, Pombal (JACQUINET, p. 133); 1936 - projeto de adaptação da igreja (utilizada como arrumos e rouparia) a dormitório, recreio, sala de trabalho e instalações sanitárias do Asilo de Santa Clara (SIPA: txt.0518947); 17 março - parecer do arquiteto António do Couto Martins relativamente à necessidade de regular a fachada da antiga igreja, rasgando-se janelas à mesma altura e com a mesma dimensão das existentes nos demais corpos, harmonizando a fachada (SIPA: txt.05189430); projeto de substituir o pavimento dos corredores abobadados, em soalho por mosaico; 1937, 12 março - pedido de autorização da diretora para rasgar umas janelas na fachada, à sua conta; 16 abril - parecer favorável, desde que fosse considerado o projeto existente, de transformação da igreja em dormitório (SIPA: txt.05189488); 1938, 29 outubro - constatação de que a porta da igreja havia sido entaipada, sendo arrecadadas as cantarias e degraus da mesma (SIPA, txt.05189497); 1940 - risco de colapso dos telhados do dormitório e refeitório; 10 fevereiro - informação sobre a necessidade demolir parte do edifício para levar a cabo o projeto de remodelação da zona envolvente do Panteão e do Mosteiro de São Vicente, da autoria de Luís Benavente, pelo que não se iniciara a sua reparação (SIPA: txt.05189464); 1941, 15 fevereiro - um ciclone provoca danos graves nos telhados do edifício; 16 dezembro - o projeto previa a demolição do edifício, mas ainda não se encontrava aprovada, sendo possível a ocorrência de várias alterações no mesmo (SIPA: txt.05189477); 1958 - instalação das internas e semi-internas do Asilo 28 de Maio da Casa Pia no edifício; 1969 - nesta data, a fachada SE. apresenta apenas dois pisos; 1970 - demolição da chaminé para as obras da cozinha e refeitório; 2011 - o Colégio de Santa Clara da Casa Pia de Lisboa abandona o local; 2012, 28 setembro - anúncio de abertura do concurso para adjudicação de obras de conservação no edifício, lançado pela Câmara Municipal de Lisboa, financiado pelo programa Piparu - Processo n.º. 40/CP/DEPS/N.D./2012.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura em alvenaria de pedra e tijolo, rebocada e pintada; cunhais, cornijas, colunas, pilares, pavimentos, modinaturas em cantaria de calcário; caixilharias e portas de madeira e vidro; coberturas em telha cerâmica; portões e grades metálicas; guardas em rede.

Bibliografia

Altas da Carta Topográfica da cidade de Lisboa sob a direcção de Filipe Folque: 1856 - 1858. Lisboa: Arquivo Municipal de Lisboa, s.d.; BARREIRA, José do Nascimento (Padre) - Origem e História do Convento do Desagravo. O «Conventinho» de Lisboa. Braga: Tipografia Editorial Franciscana, 1965; BIRG, Manuela - «Desagravo» in SANTANA, Francisco, SUCENA, Eduardo, (direção), Dicionário da História de Lisboa. Lisboa, s.n., 1994; JACQUINET, Maria Luísa de Castro Vasconcelos Gonçalves - Em Desagravo do Santíssimo Sacramento: o «Conventinho Novo» - devoção, memória e património religioso. Lisboa: s.n., 2008, 2 vols. Texto policopiado. Dissertação de Mestrado em Estudos do Património da Universidade Aberta; Relatório da Actividade do Ministério nos anos de 1957 e 1958. Lisboa: Ministério das Obras Públicas, 1959, 1.º Volume; PEREIRA, Luís Gonzaga - Monumentos Sacros de Lisboa em 1833. Lisboa: Oficinas Gráficas da Biblioteca Nacional, 1927, pp. 309-311.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DSARH, DGEMN/DRELisboa/DEM, DGEMN/DRELisboa/DIE, DGEMN/DRELisboa/DRC

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSARH; AHMOPTC: Desenhos avulsos, D1C

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSMN-0362/04, DGEMN/DSARH-005/125-1508/03, DGEMN/DSARH-005/125-4267/05, DGEMN/DSARH-005/125-4268/01, DGEMN/DSARH-005/125-4269/02, 4296/04, DGEMN/DSARH-005/125-4270/01, DGEMN/DSARH-005/125-4324/01, 4324/02, 4324/03, 4324/05, 4324/06, 4324/07, DGEMN/DSARH-005/125-4325/06, 4325/07, 4325/09, 4325/10, 4325/11, 4325/12, 4325/13, DGEMN/REE-0019/09; DGEMN/DSCSV-001-0114/0658, 0114/0660; DGALAB/TT: Arquivo Histórico do Ministério das Finanças, Conventos extintos - Convento do Desagravo, caixa 2009

Intervenção Realizada

DGEMN: 1936 - arranjo das coberturas pela firma Ramos & C.ª (SIPA: txt.05189423); substituição dos pavimentos dos corredores para mosaico; 1941 - colocação de vidros nas claraboias e respetivas redes de proteção; reparação e limpeza dos telhados; obras a cargo de Alberto Correia; 1943 / 1944 / 1945 - revisão da instalação elétrica; tratamento e pintura das madeiras; arranjo dos paramentos, pinturas e colocação de silhares de azulejo branco; revisão as instalações sanitárias; colocação de novo pavimento em soalho e mosaico; revisão das coberturas; construção de caixilharias; obras feitas por Emílio Veríssimo de Barros; 1947 - limpeza dos telhados; reparação do pavimento dos lavabos por Columbano dos Santos; 1948 - reparação dos telhados do dormitório; 1949 - reparação dos telhados por João Vidigal; 1957 - revisão da instalação elétrica no segundo piso; beneficiação da camarata e sala de estudo; revisão das dependências do setor das empregadas; obras de Fonseca & Irmão, Lda.; 1958 / 1959 - obras de adaptação à instalação de alunas da Casa Pia, adjudicadas à Firma Fonseca & Irmão, Lda., com reparação das coberturas, das paredes e pavimentos interiores; tratamento de rebocos e pinturas exteriores; revisão da instalação elétrica e aquisição de equipamento; 1960 - reparação dos muros de vedação por António Joaquim Alves; 1962 - construção de salas de aula sobre o recreio coberto, pela firma Preza, Lda.; 1963 - construção de instalações sanitárias no sótão para servir as novas salas de aula; picagem e reboco de paredes, reparação da canalização e esgotos; as obras são efetuadas pela empresa, Preza, Lda.; 1965 / 1966 / 1967 - as obras levadas a cabo na zona envolvente do Panteão obrigam à construção de um novo muro, obrigando à demolição de um edifício da sala de aulas e da lavandaria, bem como da portaria; adaptação de dependências à construção de novas salas de aula e da lavandaria, com tratamento de rebocos, arranjo de portas e caixilharias, colocação de novos pavimentos e mobiliário; as dependências ficam instaladas nos antigos ginásio e salão de festas, no primeiro piso, os quais são transferidos para a zona a desaterrar; revisão das coberturas e feitura de nova instalação elétrica; rebaixamento do pavimento inferior, ao nível da cota do recreio, para acompanhar os novos arruamentos, em cerca de 3 metros, aproveitando e desafrontando a antiga cave, com o reforço estrutural necessário; obras de António Rodrigues Maduro e Fonseca & Irmão, Lda.; 1968 - colocação de iluminação na escada e entrada principal, por Pereira Bastos, Lda.; construção do posto de transformação por Fonseca & Irmão, Lda.; 1968 / 1969 / 1970 / 1971 / 1972 / 1973 - ampliação do refeitório por Fonseca & Irmão, Lda., com a instalação elétrica a cargo da firma Electro Lopes, Lda. e revisão das canalizações e abastecimento de água quente; 1969 - remodelação do espaço da cozinha e instalação de equipamento; proteção das janelas do piso inferior; obras de Fonseca & Irmão, Lda.; 1972 - colocação de dois ascensores na cozinha, pela firma Alcodi; 1974 - colocação de um armário e mesa na cozinha, por Azevedo & Pessi, Lda.; adaptação de algumas dependências a instalações sanitárias, por Gaspar Maria Barbosa e montagem de um depósito de água quente por Luís Bandeira, Lda.; 1975 - renovação do sistema de ventilação da despensa da cozinha e das campainhas da entrada de serviço, por Orlando & Almeida, Lda.; substituição do teto do refeitório velho; isolamento do muro de suporte do corredor para as salas de aula; obras pela firma Fonseca & Irmão, Lda.; 1976 - reparação da pintura dos corredores do segundo piso e instalações sanitárias; revisão do sistema de esgotos das instalações sanitárias; obras de Gaspar Maria Barbosa; revisão dos equipamentos de cozinha, com instalação de um descascador de batatas, fritadeiras, nova bancada e revisão do depósito de água quente; obras de Luís Miranda, Lda.; 1977 - elevação de um muro e colocação de um gradeamento, devido às obras de arranjo da zona envolvente do Panteão, por Gaspar Maria Barbosa; 1978 / 1979 / 1980 / 1981 - reparação dos corredores, com colocação de azulejo branco e conservação dos rebocos e pinturas; impermeabilização dos pavimentos das instalações sanitárias, com a pintura de paredes e tetos; obras de José Maria Marrucho; 1979 - reparação da instalação elétrica do posto de socorros, por José Maria Marrucho; 1980 - proteção das janelas com painéis de rede, por José Maria Marrucho; 1980 / 1981 - equipamento da cozinha por Figueira, Simões & Silva, Lda.

Observações

*1 - o pátio onde está estabelecido o campo de jogos e uma construção anexa, corresponde à zona da antiga cerca, que se prolongava para S., no local onde, atualmente, se situa um parque de estacionamento, fronteiro à entrada no Panteão. *2 - a gravura inserida nesta publicação mostra-nos a fachada principal, com o corpo saliente da portaria no lado direito. Está dividido em três panos, o central correspondente à nave do templo, com portal em arco abatido e moldura recortada, terminando lateralmente em pingentes, sobrepujado por cornija angular e iluminada por quatro janelas retilíneas; no lado esquerdo, os coros, com cinco janelas em cada piso. No lado direito, a capela-mor com duas janelas em cada piso. No topo direito, o corpo da sacristia, com dois pisos de três janelas (SIPA: Foto n.º 00818730). *3 - nesta data, é descrito o Mosteiro da seguinte forma: entra-se na portaria de fora por uma porta a E., surgindo, no lado direito, um corredor que acede a seis celas e, no lado esquerdo, a uma casa onde funciona o locutório ou portaria interior, que liga a duas dependências, por onde se acede à cerca de baixo; ao lado da portaria interior, a casa da roda e, a S., um pátio com barracas, destinadas à criação de animais, uma parreira e uma árvore silvestre. As celas e as casas têm janelas viradas para o claustro. No topo daquele corredor, surge um segundo, de ligação a duas dependências que acedem ao claustro e, no lado esquerdo, duas casas e uma cozinha, e, no lado direito, uma ligação ao ante-coro e ao coro-baixo. A escada é em cantaria, forrada com silhares de azulejo, surgindo, no patamar superior, três portas, a da direita de acesso à casa do presépio, a da esquerda à enfermaria e a central de ligação a um corredor que liga ao dormitório com 33 celas. No piso inferior, comunica com o comungatório, ou tribuna de baixo, e pátios interiores. O presépio é de grandes dimensões, em forma de semicírculo, medindo 6 metros e de altura 3, fixo e protegido por um "camarim envidraçado", que acompanha a toda a altura da sala. É feito de cortiça e papelão e representa uma grande gruta, onde, na parte superior, surgem nove anjos de barro e figuras alegóricas. Na gruta, quase em tamanho natural, as imagens de Nossa Senhora e São José, de roca e vestes de seda, e o Menino. A estrutura foi avaliada em 200$000. Neste piso superior, várias oficinas, o ante-coro, o coro-alto e a tribuna da capela-mor. O corredor que circunda o edifício liga ao refeitório, cozinha com mesa em pedra da Arrábida, que, por seu turno, dá acesso à cerca de cima e galeria do claustro. O coro-alto tem pavimento de nogueira, pau-santo e espinheiro, com cadeiral em pau-santo e espaldares em espinheiro, com 33 assentos, este avaliado em 90$000; possui um retábulo fixo na parede com sete nichos, integrando relicários. No lado O., celas e uma cozinha, chamada do noviciado, antecedida por uma dependência, surgindo, ainda a capela. O mosteiro desenvolve-se em torno de um claustro com lago central elíptico, constituído por arcaria e abóbada de tijolo, que sustenta uma galeria superior. A Igreja tem, nas paredes, silhares de azulejo, representando o roubo do Santíssimo da Igreja de Santa Engrácia (nave) e assuntos religiosos na capela-mor; tem, na nave, dois retábulos protegidos por teias de madeira do Brasil, estando a capela-mor protegida por teia semelhante e por arco triunfal com duas colunas. O retábulo-mor tem duas colunas coríntias. O portal possui guarda-vento em madeira do Brasil. Na cerca, existe um poço coberto, mas entulhado, dois tanques de cantaria, horta, parreiras e algumas árvores de fruto. A E. do edifício, umas casas, onde habitam o sacristão e capelães, com dois pisos, o inferior com nove dependências e o superior com três. Na fachada N., um portão de acesso a pátio com cinco casas e uma cozinha no piso inferior e duas dependências no superior (Inventário, 1902, cx. 2009).

Autor e Data

João Machado 2005 / Paula Figueiredo 2012

Actualização

 
 
 
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