Farol do Cabo de Sines / Farol de Sines
| IPA.00016780 |
Portugal, Setúbal, Sines, Sines |
|
Arquitectura de comunicações, ecléctica. Edifício para equipamento de assistência à navegação marítima e habitação de função. Farol costeiro, construído segundo os paradigmas estéticos das escolas de engenharia oitocentistas, onde impera uma visão funcionalista, sem deixar de recorrer a elementos da linguagem clássica, como o frontão ou as cornijas para sublinhar o carácter público da construção. A torre cilindrica branca onde assenta a lanterna do farol tem 22 m de altura e a luz localiza-se a 56 m de altitude. O farol apresenta um sistema iluminante de óptica em cristal, direccional rotativa, de luz branca, com alcance luminoso de 26 milhas. | |
Número IPA Antigo: PT041513010026 |
|
Registo visualizado 4239 vezes desde 27 Julho de 2011 |
|
|
|
Edifício e estrutura Edifício Comunicações Farol
|
Descrição
|
Planta em " H ", simples e regular. Volumes articulados com coberturas diferenciadas em telhados de quatro águas e terraços. Fachada principal virada a E. de um só pano revestido a azulejos brancos, com soco de cantaria e cunhais rusticados de cantaria, remate superior em platibanda revestida de azulejos brancos, assente em cornija de cantaria e com capeamento de cantaria, ao centro um pequeno ressalto integra um painel de azulejos pintado a azul e branco com cartela onde se lê " FAROL / DO / CABO DE SINES " enquadrada por moldura de concheados e enrolamentos vegetalistas; seis vão espaçados uniforme e simetricamente, com molduras de cantaria, correspondendo os das extremidades a janelas, seguidas de portas e duas janelas centrais, ao centro e entre as janelas das extremidades e as portas, destacam-se três tubos de queda de águas pluviais. Fachada S. com corpo central obstruído por anexos, rematado superiormente por platibanda revestida de azulejos brancos assente em cornija e com capeamento, ambos de cantaria, ao centro eleva-se uma chaminé; de cada lado destaca-se um corpo com um só pano revestido de azulejos brancos com soco liso e cunhais rusticados, ambos de cantaria e remate superior em platibanda revestida de azulejos brancos, assente em cornija e com capeamento, ambos de cantaria, porta entaipada com moldura de cantaria precedida por degrau. Fachada O. com cinco panos revestidos por azulejos brancos, definidos por cunhais e pilastras rusticadas, de cantaria, assentes em soco de cantaria, remate superior em platibanda revestida por azulejos brancos, excepto no pano central em que é de cantaria, assente em cornija e com capeamento, ambos de cantaria, no pano central rasga-se uma porta com moldura de cantaria e nos restantes janelas com molduras de cantaria; sobre o pano central eleva-se a torre escalonada em três registos, o primeiro de planta quadrada correspondendo ao enfiamento do pano central, com um pano revestido de azulejos brancos e definido por cunhais rusticados de cantaria e rematado superiormente por frontão triangular com cornijas de cantaria e tímpano revestido de azulejos brancos, o pano é rasgado por uma janela com moldura de cantaria, o segundo registo, cilíndrico, de alvenaria rebocada e pintada a branco, é rematado superiormente por uma cornija de cantaria onde assenta um varandim de ferro fundido, é rasgado por uma janela com moldura de cantaria e apresenta mais três janelas, orientadas aproximadamente segundo os ponto cardeais, o terceiro registo igualmente cilíndrico, mas mais estreito é construído em fibra de vidro com um estrutura interior em ferro e exteriormente pintado de branco, é rasgado por uma janela e apresenta uma porta de acesso ao varandim inferior, virada a S., o remate superior é constituído por uma moldura simples sobre a qual se eleva um varandim de ferro que contorna a lanterna envidraçada com estrutura e caixilharias de ferro pintado a vermelho. INTERIOR: acesso pela porta central da fachada O. directamente para a torre, de paredes interiores revestidas a azulejos brancos e escada em caracol em ferro fundido com o primeiro degrau em cantaria e corrimão de latão polido, no topo um compartimento revestido a madeira integra o armário dos pesos do antigo mecanismo de rotação do farol; dois lanços de escadas íngremes conduzem à lanterna onde se situa o sistema iluminante, de latão e óptica de cristal, direccional rotativa e luz branca com alcance luminoso de 26 milhas; uma tabela inscrita. |
Acessos
|
Cabo de Sines |
Protecção
|
Inexistente |
Enquadramento
|
Peri-urbano, isolado, em destaque, num terreno plano junto ao Cabo de Sines, povoado apenas por vegetação rasteira, com um quintal murado; a SE. passa uma esteira de pipelines e a NO. uma estrada. |
Descrição Complementar
|
Torre do farol cilíndrica branca com edifícios anexos de apoio aos faroleiros. EPIGRAFIA: inscrição na lanterna: ANCIENA ETABLISSEMENTS / BARBIER, BÉNARD & TURENNE / INGÉNIEURS - CONSTRUCTEURS / USINES / PARIS - 82, RUE CURIAL / BLANC - MISSERON (NORD). |
Utilização Inicial
|
Comunicações: farol |
Utilização Actual
|
Comunicações: farol |
Propriedade
|
Pública: estatal |
Afectação
|
Ministério da Defesa Nacional - Direcção de Faróis |
Época Construção
|
Séc. 19 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
|
Desconhecido |
Cronologia
|
1758 - Marquês de Pombal manda publicar um alvará com força de lei, passando os faróis a ser uma organização oficial, competindo a responsabilidade da sua instalação à Junta de Comércio; 1835 - o serviço de faróis passa para a dependência do Ministério da Fazenda, sendo seu Director Gaudêncio Fontana que cria uma oficina para a construção e reparação de aparelhos ópticos, a funcionar no Jardim do Tabaco em Lisboa; 1852 - o serviço de faróis transita para o Ministério das Obras Públicas; 1864 - é nomeada uma comissão presidida pelo engenheiro hidrógrafo Francisco Maria Pereira da Silva para estudar a passagem do Serviço de faróis para o Ministério da Marinha; 1865 - o Almirante Pereira da Silva, primeiro oficial da Marinha a assumir a responsabilidade pelo serviço de faróis; 1866, 27 de Janeiro - é criado um projecto geral de farolagem, de autoria do Almirante Pereira da Silva; 1866 - passou a ser utilizada a incandescência pelo vapor do petróleo; 1868 - o serviço de faróis passa de novo para a gestão do Ministério das Obras Públicas, tendo sido criada a Direcção Geral de Telégrafos e Faróis; 1880 - fusão da Direcção dos Telégrafos com a dos Correios, resultando na Direcção Geral dos Correios, Telégrafos e Faróis; 1880 - construção do farol; 1881 - nomeação de uma Comissão de Faróis e Balizas, presidida pelo Director-Geral dos Correios, Telégrafos e Faróis, Guilhermino Augusto de Barros, tendo por encargo a elaboração de um novo plano de farolagem das costas, portos e barras do Continente; 1883 - aprovação do Plano Geral de Alumiamento e Balizagem do Continente; 1892 - separação definitiva dos Faróis da Direcção Geral dos Correios, Telégrafos e Faróis, tendo sido atribuída à Marinha a responsabilidade pela manutenção de uma rede de faróis na costa portuguesa; 1892 / 1906 - são criados 39 novos faróis e reformados 3; 1902 - criação de uma comissão para modernização do equipamento dos faróis; 1924 - foi criada a Direcção de Faróis; 1977 - a Direcção de Faróis iniciou o programa de automatização de faróis; 1980, década de - ampliação da torre. |
Dados Técnicos
|
Estrutura mista |
Materiais
|
Paredes de alvenaria de pedra e cal revestidas a azulejo branco; molduras de vãos, cunhais, socos, cornijas e elementos secundários de cantaria; torre de fibra de vidro com estrutura interna em ferro; lanterna, gradeamentos e elementos secundários de ferro; caixilharias de alumínio. |
Bibliografia
|
Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério nos anos de 1957 e 1958, 1º Volume, Lisboa, 1959; VILHENA, João Francisco e LOURO, Maria Regina, Faróis de Portugal, Lisboa, 1995. |
Documentação Gráfica
|
IHRU: DGEMN / DSID |
Documentação Fotográfica
|
IHRU: DGEMN / DSID |
Documentação Administrativa
|
IHRU: DGEMN / DSID |
Intervenção Realizada
|
DGEMN: 1957 - Obras de conservação pelos Serviços de Construção e Conservação. |
Observações
|
Já defendida a construção de um novo farol noutro local para substituir o actual. |
Autor e Data
|
Ricardo Pereira 2001 / Cecília Matias 2008 |
Actualização
|
|
|
|
| |
| |