Convento de São Domingos / Catedral de Vila Real / Sé de Vila Real / Conservatório Regional de Música de Vila Real
| IPA.00001116 |
Portugal, Vila Real, Vila Real, Vila Real |
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Arquitetura religiosa, gótica e barroca. Convento dominicano com igreja de estrutura filiada no gótico mendicante, de planta em cruz latina, composta por três naves escalonadas, permitindo a iluminação direta de todas elas, transepto saliente, interiormente iluminada por clerestório, rosácea e óculo sobre o arco triunfal e no transepto, e com coberturas de madeira nas naves e falsa abobadada de berço, na capela-mor. Fachada principal revelando a divisão espacial interior, rasgada por portal, de arquivoltas apontadas, inserido em alfiz, e rosácea. Fachadas laterais com porta travessa e frestas. No interior, as naves separam-se por três arcos apontados, múltiplos, tendo um quarto no cruzeiro, maior, assentes em pilares cruciformes. Capela-mor setecentista, ladeada por torre sineira, interiormente com arco triunfal de volta perfeita sobre pilastras almofadadas, e possuindo retábulo-mor maneirista de dois andares. Zona regral setecentista, desenvolvida à volta de um claustro, com fachada virada à avenida desenvolvida em dois ou três pisos, rematada em duplo friso e cornija, rasgada por janelas de peitoril com pano de peito em cantaria terminado em cornija e encimadas por espaldar curvo de cantaria ou cornija reta. Convento dominicano construído no séc. 15 e reformado estruturalmente no 18, sobretudo ao nível da cabeceira e zona regral virada à avenida, tendo-se também construído a torre sineira no lado oposto da capela-mor e renovado decorativamente o interior da igreja. Atualmente todo o interior do templo encontra-se despojado devido ao restauro da década de 1930, que procurou atingir a "reintegração desta Sé na sua feição primitiva" (TXT.01917257), possuindo nas naves, transepto e capela-mor arcosólios medievais de arcos apontados, alguns desobstruídos na mesma altura. A igreja apresenta a fachada principal com os panos separados por contrafortes escalonados, atualmente sem função, e o portal ladeado por dois nichos com imagens pétreas da Ordem, seguindo a tradição românica. Segundo alguns autores, os capitéis evidenciam também reminiscências românicas na sua forma cúbica. As frestas das naves laterais possuem internamente arco canopial, denotando transição para o manuelino, tal como o arcosólio da nave do Evangelho, com espelho polilobado. Do séc. 16 são também a porta da antiga portaria, almofadada, possivelmente a da fachada S., ainda que aí o almofadado seja em pontas de diamante, e os dois vãos rasgados sobre o arco triunfal, ladeando o óculo, com molduras interiores recortadas, postas a descoberto e entaipadas aquando das obras de restauro, tendo sido abertos provavelmente para conferir maior luminosidade ao interior. A cabeceira foi reformada em meados do séc. 18, possuindo apenas uma capela, ainda que devesse ser inicialmente tripla, conforme é comum nas igrejas mendicantes, e o que poderá explicar as duas ordens de colunas sobrepostas nos pilares do cruzeiro. O retábulo-mor, proveniente de um mosteiro cisterciense, apresenta ampla tribuna, provavelmente ampliada no séc. 18, e atualmente sem remate. Na capela-mor conserva ainda parte do cadeiral de pau-preto. O programa iconográfico dos vitrais procurou conferir modernidade ao imóvel. A zona regral encontra-se muito alterada, devido às várias ocupações que sofreu e ao incêndio de 1837, conservando-se essencialmente a fachada posterior tardo-barroca, virada à avenida, revelando maior cuidado e um programa decorativo uniforme com a capela-mor e com a torre. Refiram-se, como exemplo, o recurso aos frisos e panos de peito convexos, e às frestas envolvidas por espaldar volutado dispostos nos extremos da fachada, uma na capela-mor e a outra no corpo direito da zona regral. Em contraste, a fachada virada a O., apesar das adulterações sofridas, conserva a estrutura e linguagem seiscentista. |
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Número IPA Antigo: PT011714230005 |
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Registo visualizado 6156 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Convento / Mosteiro Convento masculino Ordem de São Domingos - Dominicanos
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Descrição
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Planta poligonal irregular, composta por igreja, zona regral adossada à fachada lateral esquerda e parte da antiga cerca. IGREJA de planta em cruz latina, composta por três naves com três tramos cada, transepto saliente, e capela-mor retangular, tendo adossado a esta sacristia retangular, na fachada lateral esquerda, e torre sineira quadrangular, na oposta. Volumes escalonados com coberturas diferenciadas em telhados de duas águas na nave central, transepto e capela-mor, e de uma água nas naves laterais e sacristia, rematadas em beirada simples. Fachadas em cantaria de granito aparente, exceto na torre sineira e capela-mor, que são rebocadas e pintadas de branco e apresentam embasamento e cunhais apilastrados. Fachada principal virada a O., de três panos escalonados, separados por contrafortes quadrangulares com esbarro, o central terminado em empena com cornija, coroada por cruz grega trevada, e seccionado em dois registos por alfiz, rematado em cornija e formando esbarro; é rasgado por portal, em arco apontado de três arquivoltas, a interna em arco dobrado, sobre impostas de molduras sobrepostas, tendo exteriormente um outro arco apontado, assente em colunelo mais baixo e de capitel liso; no intradorso possui cruz de Cristo. Enquadram o portal dois nichos retilíneos, terminados em empena, com falso tímpano decorado por elemento fitomórfico e albergando imagem pétrea de São Francisco e de São Domingos. No segundo registo abre-se rosácea com vitrais. Os panos laterais terminam em meia empena, igualmente com cornija a marcar dois registos, abrindo-se no segundo fresta, a do lado esquerdo de arco canopial e a da direita retilínea. Ao longo da fachada, e prolongando-se para a lateral direita, sob a cornija ou esbarro do alfiz, dispõem-se mísulas equidistantes para sustentação de antigo alpendre. Fachadas laterais e transepto terminados em cornija, assente em cachorrada lisa e as do braço S. do transepto decoradas com motivos zoomórficos e geométricos, à exceção da nave lateral esquerda que possui inferiormente mísulas equidistantes. As naves são rasgadas por frestas, as da nave central em arco de volta perfeita e com capialço e as das naves laterais retilíneas, na lateral esquerda simples e na oposta sensivelmente mais largas, com dupla moldura e formando inferiormente arco canopial, existindo uma outra em arco trilobado na face lateral do braço S. do transepto. Na fachada lateral N. abre-se porta travessa, em arco apontado, de três arquivoltas, a intermédia dobrada, sobre colunelos, envolvida por uma outra biselada, todas sobre impostas. Na fachada S., o portal apresenta arco de volta perfeita, de duas arquivoltas, sobre pilastras, a interior lisa e a exterior decorada em almofadado de ponta de diamante. Os braços do transepto terminam em empena com cornija, coroada por pináculo piramidal com bola, na lateral esquerda, ou cruz trevada sobre acrotério, na lateral direita, sendo o primeiro cego e o segundo rasgado por óculo ornado de molduras circulares. Na fachada lateral direita abre-se ainda, na capela-mor, duas janelas retangulares. Torre sineira de quatro registos, separados por frisos nos inferiores ou duplo friso, com o superior convexo, e cornija nos restantes, percorrida por embasamento de cantaria e terminada em balaustrada com acrotérios nos cunhais, coroados por fogaréus, sobrepostos por cata-vento; nos ângulos possui gárgulas de canhão. Cobertura em domo, de cantaria, coroado por fogaréu sobre plinto cilíndrico. É rasgada no segundo e terceiro registos, na face S., ou apenas no terceiro, na face E., por janela retilínea, encimada por elemento de cantaria rematado em cornija curva, sendo a do terceiro sobreposta por relógio de sol circular, em cantaria, com moldura volutada; no quarto registo abre-se, em cada uma das faces, sineira em arco de volta perfeita sobre pilastras, albergando sino. A torre tem acesso exterior, por porta de verga reta e moldura simples aberta a O. e, no interior, possui escada com poço central. Fachada posterior da capela-mor terminada em empena, com friso e cornija, coroada por cruz florenciada vazada sobre globo e plinto paralelepipédico, seccionada em dois registos por friso; no segundo rasga-se fresta retilínea envolvida por ampla moldura recortada, sobre cornija e formando aletas laterais e falso espaldar superior, rematado em cornija contracurva interrompida por acantos. A empena da nave, coroada igualmente por cruz, é rasgada por óculo com motivo em estrela de cinco pontas. INTERIOR com as paredes das naves em cantaria aparente, pavimento em lajes de cantaria e coberturas de madeira, de duas abas na nave central e de uma nas laterais, sobre travejamento. As naves separam-se por três arcos apontados, múltiplos, sobre pilares cruciformes, tendo um quarto no cruzeiro, mais alto, com pilar de nascença inferior e com duas ordens de colunas sobrepostas, com capitéis cúbicos decorados com motivos vegetalistas, antropomórficos ou zoomórficos. Os arcos que separam as naves laterais dos braços do transepto têm os arcos mais baixos e o pilar da nave da Epístola apresenta cartela inscrita. Os portais apresentam guarda-vento envidraçado e os vãos vitrais policromos, representando letras, abrindo as frestas para o interior em arco abatido ou, na nave do Evangelho, em recorte retilíneo. A nave central é despojada, possuindo apenas clerestório, com as frestas rasgadas no enfiamento dos arcos. Na nave lateral do Evangelho surge sobrelevado antigo portal, de arco recortado, seguido de batistério, com vão em arco de volta perfeita sobre pilastras, albergando pia batismal de taça facetada sobre pé igualmente facetado. Surge ainda o arcosólio da família Teixeira de Magalhães, com vão em arco apontado, de duas arquivoltas, a exterior biselada e falso espelho polilobado, ornado com motivos vegetalistas, sobre impostas com elementos vegetalistas e rostos nos ângulos; alberga arca tumular paralelepipédica com tampa facetada, assente em quatro animais, com o espaço intermédio decorado com florões. Na nave lateral da Epístola abrem-se dois arcosólios, em arco apontado, o primeiro mais alto, de uma arquivolta sobre impostas, integrando internamente um outro de recorte canopial, e o segundo sobre os pés direitos, ambos albergando arca tumular de tampa lisa. Segue-se um outro arco apontado e biselado, maior, sobre impostas, integrando o vão retilíneo da porta travessa, ladeado por pia de água benta. Braços do transepto possuindo nos topos pequenos altares pétreos, abrindo-se lateralmente no do lado do Evangelho portal em arco de volta perfeita e de aduelas largas, de ligação à sacristia, e no da Epístola, arcosólio em arco apontado e biselado, sobre os pés direitos, albergando arca tumular de tampa facetada. Arco triunfal de volta perfeita sobre pilastras almofadadas, encimado por óculo com motivo estrelado. Capela-mor sobrelevada e com acesso por três degraus, com as paredes rebocadas e pintadas de branco, terminadas em múltiplos frisos e cornija, sobre a qual se desenvolve a cobertura em falsa abóbada de berço, de estuque, de três tramos definidos por arcos torais, sobre falsas mísulas de acantos. Nas paredes laterais abrem-se dois arcosólios, em arco apontado e biselado, o do lado do Evangelho dos Pintos de Mesquita, já sem arca tumular, e o da Epístola dos Lobos Barbosas, Morgados de Penela; dispõem-se ainda cadeiral. Na parede testeira possui o retábulo-mor, de talha dourada, de planta reta, dois registos marcados por entablamento com friso vegetalista e três eixos definidos por colunas jónicas, de terço inferior ornado com elementos vegetalistas e cartela, as inferiores sobre plintos paralelepipédicos com acantos; no eixo central surge, no primeiro registo, nicho em arco de volta perfeita sobre pilastras, interiormente em abóbada de quarto de esfera, ladeado por duas colunas torsas, ornadas de pâmpanos e de capitéis coríntios, sustentando cornija reta, e dois painéis desnudos, com moldura de acantos; no segundo registo possui ampla tribuna, em arco de volta perfeita sobre pilastras, decoradas com elementos fitomórficos, sobreposta por motivos vegetalistas recortados e querubim, interiormente revestida a dois registos sobrepostos de almofadas de acantos, se se prolongam pela cobertura em abóbada de quarto de esfera, com florão no remate; nos eixos laterais surge, no primeiro registo, nicho em arco de volta perfeita sobre pilastras, interiormente em abóbada de quarto de esfera e albergando imaginária, sobre apainelado vegetalista com cartela central; no segundo registo apresenta dois painéis pintados, representando Lamentação do Cristo morto, no lado do Evangelho, e Ressurreição de Cristo, no da Epístola; os painéis laterais são rematados por quartos de luneta com painéis pintados, figurando anjos segurando símbolos da Paixão, possuindo anjos de vulto sobre estípites dispostas no alinhamento das colunas interiores; sotobanco com apainelados de acantos. Sobre plataforma de dois degraus, surge o altar paralelepipédico, com frontal revestido a tecido, marcando sanefa, e com friso de talha policroma a azul, ornada de motivos vegetalistas, à frente do qual se dispõe a cátedra. ZONA REGRAL de planta retangular irregular, desenvolvida à volta do antigo claustro, atual pátio irregular. Volumes articulados com coberturas em telhados de duas águas nos corpos virados a O., N. e ângulo NO., rematados em beirada simples, e em terraço nos restantes. Fachadas de dois e três pisos, rebocadas e pintadas de branco. A fachada E. é formada por dois corpos, de cunhais apilastrados, o do extremo direito coroado por pináculo sobre alto plinto paralelepipédico, percorridos por embasamento e rematados em duplo friso, o superior convexo, e cornija. O corpo da esquerda, bastante longo e seccionado em dois falsos corpos, devido às alterações introduzidas, tem três pisos separados por friso. O primeiro falso corpo (correspondendo à zona recuperada) é dividido em três panos por pilastras, abrindo-se no pano esquerdo, ao nível do piso térreo, duas pequenas janelas quadrangulares e vão em arco de volta perfeita que comunica com a fachada posterior; nos pisos superiores abrem-se janelas de peitoril, com caixilharia de guilhotina, pano de peito em cantaria rematado em cornija bastante saliente e moldura encimada por espaldar recortado de remate curvo, ao nível do segundo piso, e por friso e cornija, no segundo; no pano central, com um só eixo de vãos, a janela do segundo piso remata em frontão de volutas interrompida e, a do segundo é de sacada sobre mísula piramidal invertida, com guarda em ferro. O pano direito possui ao centro, entre os vãos, cartela recortada com cruz, sobre mísula tipo estípete, que se prolonga pelo segundo piso. O falso corpo intermédio, rasgado por seis eixos de vãos, apresenta no piso térreo portas de verga reta de acesso às várias lojas, no segundo janelas de varandim, molduradas, e no terceiro janelas iguais às do corpo anterior. O corpo da esquerda, de dois pisos encimados por terraço com guarda frontal em ferro, é rasgado por dois eixos de vãos retilíneos de molduras simples, correspondendo a portais no piso térreo e a janelas de varandim, com guarda em ferro, no segundo, centrando fresta com moldura igual à da fachada posterior da capela-mor. Pelo vão da fachada E., acede-se à fachada lateral S., percorrida por alto embasamento com placas de cantaria, sobreposto por grandes vãos retangulares, sem moldura, um horizontal e outro vertical, tendo quase no início zona recuada longilínea, onde se abre o portal de acesso ao interior da zona recuperada. Escadas entre a fachada S. e a igreja conduzem ainda à fachada posterior e a parte da cerca. A fachada O. tem dois corpos, o da zona recuperada de três pisos e dois panos, sendo o da esquerda rebocado e pintado de branco, com o piso térreo rasgado, à esquerda, por portal em arco deprimido e moldura convexa, o segundo por janelas retilíneas de diferentes tamanhos e num ritmo irregular, duas delas com sacada e uma dessas sobre mísulas, e o terceiro piso por janelas sem moldura. O pano da direita possui apensa uma grelhagem de betão armado, ao nível do segundo e terceiro piso, abrindo-se em toda a extensão dos dois primeiros pisos vãos envidraçados. O corpo esquerdo, correspondendo à zona não recuperada, surge mais avançado, com dois pisos e dois panos, separados por pilastra, sendo rasgado por vãos retilíneos com molduras simples. CERCA muito reduzida e transformada em espaço ajardinado, junto à fachada posterior da zona recuperada, com antigo poço, e hortas, no meio da qual subsiste fonte, implantada num plano rebaixado, acedido por escadas, tendo no início coluna. A fonte tem espaldar retangular, definido por pilastras suportando entablamento, rasgando-se a meio nicho, em arco de volta perfeita, sobre pilastras; num plano inferior possui bica carranca e frontalmente desenvolve-se amplo tanque. Junto à fonte possui mina com acesso por porta de verga reta. CRUZEIRO DO ADRO: Sobre soco e uma plataforma de planta quadrangular, composta por quatro degraus, assenta plinto paralelepipédico, de faces lises, marcando a base e as cornijas do remate, base e coluna de fuste liso, encimada por gola e capitel gomeado, coroado por cruz latina de braços quadrangulares, almofadados, rematados em botão e com estrela relevada no encontro dos braços. |
Acessos
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Vila Real, Rua Marechal Teixeira Rebelo; Travessa de São Domingos; Avenida Carvalho Araújo |
Protecção
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Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto nº 11 454, DG, 2.ª série, n.º 35 de 19 fevereiro 1926 (igreja) / ZEP, Portaria, DG, 2.ª série, n.º 133 de 05 junho 1956 (igreja) |
Enquadramento
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Urbano, adossado, integrado no Núcleo urbano da cidade de Vila Real (v. PT011714230205), adaptado ao declive do terreno, possuindo a E., paralela à fachada posterior, a Av. Carvalho de Araújo, e tendo a fachada principal da igreja virada para o lado oposto. A igreja possui adro, pavimentado a lajes de cantaria e de cimento, delimitado a S. e a O. por muro baixo, encimado por gradeamento em ferro, pintado de verde, intercalado por pilaretes. Também a S., mas adossado à fachada lateral esquerda, possui muro de alvenaria de pedra delimitando a antiga zona regral, com dois portais; a antiga porta carral tem verga reta, rematado por cornija encimada por pequeno espaldar formando falso frontão de volutas interrompido por motivo vegetalista, sobreposto por cão, símbolo da Ordem de São Domingos, e cruz sobre esfera; o portal integra um outro menor, envolvido por pano rebocado e pintado de branco. À direita abre-se um outro portal, em arco de volta perfeita, com duas arquivoltas, a interior lisa e inscrita com "1571", e a exterior almofadada, encimado por silhar com cartela contendo escudo e cruz latina sobre caveira. O portal axial da igreja é acedido por três degraus e, em frente, ergue-se cruzeiro. O muro da antiga cerca, junto à R. Marechal Teixeira, conserva aparente um arco quebrado com aduelas assentes no pé direito, atualmente entaipado, pertencente à Fonte do Calvo, e o muro que suporta o adro um outro arco, mais amplo e em volta perfeita, pertencente à Fonte do Chão. Nas imediações, erguem-se a Casa da Calçada ou Pensão Residencial São Domingos (v. PT011714230115), a N. o Edifício dos Correios, Telégrafos e Telefones, CTT, de Vila Real (v. PT011714230150), o Edifício do Seminário de Santa Clara (v. PT011714240185), o Tribunal Judicial de Vila Real (v. PT011714240148), a S. o Palácio Conde de Amarante / Edifício Governo Civil Vila Real (v. PT011714230106), Capela da Colegiada de Santa Ana /Hospital da Misericórdia de Vila Real (v. PT011714230020), Casa de Diogo Cão (v. PT011714230017) e Edifício da Junta Distrital de Vila Real (v. PT011714230023), o Hospital da Divina Providência / Edifício da Câmara Municipal de Vila Real (v. PT011714230142), e na ala E. da Avenida o Edifício da Caixa Geral de Depósitos, CGD, de Vila Real (v. PT011714230149), Pelourinho de Vila Real (v. PT011714230009), o edifício do Banco Totta (v. PT011714230187), o Palácio dos Marqueses de Vila Real (v. PT011714230186) e uma casa com interesse arquitetónico (v. PT011714230189). |
Descrição Complementar
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Os vitrais dos vãos da igreja inspiram-se no prólogo do Evangelho de São João "No princípio era o Verbo e o Verbo era Deus N'ele estava a Vida e a Vida era a Luz dos Homens". Assim, a rosácea da fachada principal é dividida em treze espaços, organizados em cruz, tendo, no espaço central, um Alfa e um Ómega, e, nos doze espaços circundantes, tem "Eu sou o alfa e o Ómega, e o Princípio e o fim". Ao longo dos vãos laterais surgem as letras relativas à frase "No princípio era o Verbo, e o Verbo era com Deus, e o Verbo era Deus", nos vãos inferiores surgem as relativas aos nomes dos Evangelistas e, nas quatro janelas da capela-mor, surgem as dos nomes dos doze Apóstolos. No pilar que separa a nave do transepto, do lado da Epístola, existe cartela com a inscrição em carateres góticos: "ERA MIL IIII (quatrocentos) LI (cinquenta e um) III (três) D[E] FEVEREIRO SE FINOU / K[A]TERINA ALVAREZ M[U]LHER Q[UE] FOI D[E] ALV[AR]O I (?) / R[ODRIG]O E LEIXOU P[ER]A ESTA OBR[A] ? IIII (quatro) MIL R[EIS]". O túmulo da nave lateral do Evangelho tem na tampa a inscrição em carateres góticos minúsculos: "esta obra ma[n]dou fazer d[iog]o a[fons]o / e sua mulher bra[n]ca dy[a]z e jaz / seu filho pedro di[a]z, que d[e]us haja". Na arca, uma outra inscrição, gravada posteriormente, refere em capitais romanos com abreviaturas e letras inclusas: "DE JOAO TAVEIRA DE MAG[ALHÌES ?] E ERD[EIR]OS". Um dos túmulos da nave da Epístola tem a inscrição "A S. DE ISABEL DE MESQUITA, MULHER (OU MÃE) DE RUI DE NIZA, DE LORDELO" (5ª avó de Camilo Castelo Branco) e o outro "A DE FRANCISCO PEREIRA E HERDEIROS". No arcosólio do braço do transepto, do lado da Epístola, a arca tumular, que se encontrava mutilada antes da intervenção da DGEMN, apresenta na tampa as armas dos Pintos, num escudo nacional, de prata, com cinco crescentes de vermelho, postos em sautor. |
Utilização Inicial
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Religiosa: convento masculino |
Utilização Actual
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Religiosa: catedral / Educativa: conservatório / Comercial: loja |
Propriedade
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Pública: estatal (igreja) / municipal (parte da zona regral) |
Afectação
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DRCNorte, Portaria n.º 829/2009, DR, 2.ª série, n.º 163 de 24 agosto 2009 / Afeto ao culto, Concordata entre a Santa Sé e a República Portuguesa, 1940, artigo 6.º |
Época Construção
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Séc. 15 / 17 / 18 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITETO: António Belém Lima (2001); Baltazar de Castro (1930); Humberto Vieira (1996); José Marques da Silva (1968-1971). CARPINTEIROS: João Pinto de Magalhães (1724); José Correia Mourão (1789); Silvestre Fernandes da Silva (1790). CONSTRUTORES-CIVIS: Afonso Ferreira de Oliveira (1977-78); António de Pádua Ferreira (1931-36, 38-39, 1942, 1947-49); Ferreira dos Santos & Rodrigues (1974); Francisco Pinto Loureiro (1948, 1971); Manuel Ferreira Morango (1937, 1940, 1948); Oliveira, Pereira & Valente, Ldª (1987); Saul Domingues Esteves (1935, 1942, 1947, 1954). ENTALHADOR: Adolfo Marcos (1948); Manuel Pereira da Costa Noronha (1745-1746); Manuel Vieira (1716). FIRMA ELETROTÉCNICA: Empresa de Construções Eléctricas, Ldª (1955-56, 1961). OFICINA DE CARPINTARIA: Ricardo Pereira de Barros (1969, 1978). ORGANEIRO: Augusto Joaquim Claro (1891). PEDREIRO: António Alves Coutinho (1790). PINTOR DOS VITRAIS: João Vieira (2002-2003). VIDRACEIRO: João Batista Antunes (1959); Plácido António Antunes (1939). |
Cronologia
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Séc. 15 - os religiosos do convento de São Domingos de Guimarães procuram fundar um convento em Vila Real, obtendo para tal, bula do Papa Martinho V e a licença do arcebispo de Braga, D. Fernando da Guerra; 1421, cerca - D. João I escreva a Martim Afonso, contador régio na província, para ir, com o padre Francisco, prior do Convento de São Domingos de Guimarães, escolher na vila ou seu arrabalde o local mais apropriado à edificação; escolhe-se um local fora das muralhas e no extremo do arrabalde, em parte do rossio da vila, mais tarde designado Campo do Tabulado, cedendo a Câmara, para alinhamentos, uma parte do dito Campo; 1421, 20 novembro - carta de D. João I confirmando a doação do terreno para a edificação, desistindo em simultâneo, dos foros devidos à coroa pela parte concedida (foros esses em razão da doação de D. Dinis, da Redonda, ao concelho de Vila Real), o que ficaria anulado se o convento não fosse construído ou se nele deixassem de realizar os ofícios religiosos; posteriormente, o rei manda Pai Rodrigues, escrivão dos coutos da comarca, fazer a medição dos terrenos demarcados, verificando-se que tinham 50 braças de comprimento e 29 de largura, de dez palmos cada braça; 1422, 9 dezembro - D. João I doa um pedaço de campo do Rossio, que está à porta da adega de Diogo Gomes de Azevedo, de oito, ou dez passadas, para fazerem a cerca da igreja, "que se há de fazer onde está a dita adega"; doa ainda um anel de água do cano corria do Seixo até ao local; referência à fonte do Chão no caminho da Barroca junto ao terreno doado para o convento; 1424, 8 maio - celebração de missa na Capela de São Sebastião, existente no local onde se iria construir o convento e pertencente à Câmara, que a doara à Ordem, e lançamento da sua primeira pedra, em dia da aparição de São Miguel; segundo o cronista da Ordem, inicia-se a abertura dos alicerces do convento, o qual teve como padroeiros os marqueses de Vila Real, cujo palácio ficava nas imediações (v. PT011714230186); 1426, 7 janeiro - o Convento de São Domingos de Guimarães doa alguns livros e objetos de culto, nomeadamente uma cruz, turíbulo e naveta de cobre; 1434 - ereção da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário, posteriormente confirmada por bula de D. Martinho V; 1443 - já existem registos de ordenações relativas a frades do convento de Vila Real; 1450 - D. Afonso V contribui para as obras com 286 reais brancos; 1451, 3 fevereiro - morte de Catarina Alvarez, mulher de Álvaro Rodrigo, a qual deixa ao convento 4$000 para as obras; 1455, 10 maio - compra da capela de Nossa Senhora da Conceição, da sala do capítulo, por Afonso Anes e sua mulher, Maria Afonso, para seu jazigo; 1492 - obra da capela de Nossa Senhora da Conceição da sala do capítulo, mandada fazer por João Anes Carneiro, conforme inscrição na mesma *1; séc. 15 - época provável da feitura das esculturas dos nichos da fachada principal; instituição da Irmandade do Santíssimo Sacramento; 1509 - querendo os frades fabricar "certa oficina" dentro da cerca, pretendendo para tal comprar um chão confrontante, o seu dono dificulta a venda, tentando obter mais dinheiro, acabando o Marquês de Vila Real por o comprar e dá-lo aos frades; 1536 - reforma da capela de Nossa Senhora da Conceição, da sala do capítulo, por Gaspar Carneiro; séc. 16 - o Provincial Frei João da Cruz manda fazer a obra nova de dez celas do dormitório, sem custo para o convento, e "hum ornamento de téla de ouro roxa tão perfeito, que pode servir em exéquias de qualquer Principe" (SOUSA, p. 977); D. João III dota o convento com a metade das rendas da igreja de Mancelos, da Província do Minho; 1552, finais - ereção da Irmandade do Coração de Maria; 1571 - data inscrita no portal em arco existente no adro da igreja; 1590 - Jerónimo Lobo Barbosa, fidalgo da Casa Real, compra ao convento um "presbiterio do altar mor, da parte da epistola", para seu jazigo e de seus descendentes; 1594 - construção do cruzeiro no Campo do Tabulado, por iniciativa popular, o qual foi coletado para pagamento das despesas; séc. 16 - construção da fonte do Calvo no muro da antiga cerca, aproveitando as águas sobrantes de uma fonte particular que também pertencia aos frades dominicanos; 1617, 10 Abril - compra do "presbiterio do altar mor da parte do Evangelho", por Gonçalo da Mesquita Pinto; 1634 - reforma da capela de Nossa Senhora da Conceição, da sala do capítulo, pelo seu administrador Domingos Magalhães Carneiro, que fora sargento-mor da ilha de São Tomé; 1664, 18 outubro - referência à capela de São João Baptista, edificada pelo prior do convento, frei Manuel de Jesus, no claustro, fronteira à sala do capítulo, o qual também a mandou azulejar, pintar e dourar, fazer retábulo e teto; 1684, 23 novembro - instituição testamentária da capela de São Francisco, pelo Pe. Francisco Matozo Mourão, da vila de Lordelo e vigário da Igreja de São Tiago da Folhadela, tendo o seu sobrinho Francisco Soares de Mendonça, herdeiro e administrador da dita capela, mandado fazer na portaria do convento; 1703 - aprovação dos Estatutos da Irmandade de São Gonçalo pelo arcebispo da diocese; 1706 - construção de tanque em pedra lavrada de cantaria, "muito útil para o povo", na fonte do Chão; 1716, antes - feitura do apainelado da capela de Nossa Senhora do Rosário pelo entalhador Manuel Vieira, de Torrados, Felgueiras; 1716 - os marqueses da vila, principalmente D. Pedro de Meneses, dotam o convento com 612 medidas, por missa quotidiana e mais três cantadas, no Natal, Páscoa e Ascensão; 1718 - confirmação dos Estatutos da Irmandade do Santíssimo Sacramento; 1721 - o convento, entre a rua da Fonte Chã e o Campo do Tabulado, dispunha de boa cerca, com hortas e produção de vinho e azeite; 1724 - contrato de arrematação da obra de carpintaria da Igreja entre o carpinteiro João Pinto de Magalhães e Hiasinto de Mesquita Botelho e o reverendo Domingos Botelho de Mendonça, abade, por 170$000; 1728 - Frei Manuel Leite reforma o dormitório, faz a torre sineira, a tribuna e o retábulo-mor, com verbas doadas pelo religioso do convento Frei Domingos de Castro; 1732 - a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário estava instalada na capela do transepto, do lado da Epístola, e tinha teto de madeira em falsa abóbada, apainelada, com "quadros de misterios da Senhora, frizos dourados e quadros" pelas paredes, bem como um retábulo de talha dourada; a Irmandade do Santo Nome de Jesus estava instalada em capela, com o mesmo nome, no transepto, do lado do Evangelho, a qual era forrada a apainelados à "maneira de abóbada" e tinha amplo retábulo de talha; junto a esta capela, havia uma outra, dedicada a São Gonçalo; 1745, 04 outubro - escritura de obrigação da obra do retábulo-mor, tribuna, trono, degraus e quatro frestas da capela-mor pelo mestre escultor Manuel Pereira da Costa Noronha, segundo os riscos ou plantas apresentadas e apontamentos, por 770$000, pagos em três pagamentos; o mestre devia fazer uma planta do trono imitando a talha da tribuna, as quatro frestas deviam ser revestidas a "talha à holandesa" e guarnecidas de caixilhos; toda a madeira utilizada devia ser de castanho; o mestre comprometia-se a dar por concluída e assentada a obra até 4 de agosto de 1746 e a condução da obra até ao convento, por terra e rio, devia ser por conta do convento; 1755 - reforma da capela-mor, que recebe um cadeiral de pau preto; 1758 - segundo o pároco João Baptista Pereira nas Memórias Paroquiais da freguesia de São Pedro, o convento, "cujo templo está ao antigo, porém com grandeza, tem três naves com seu cruzeiro e a capela-mor está feita ao Moderno e se reformou no ano de mil setecentos e cinquenta e cinco"; tem oito altares, a saber, o altar-mor, em que se conserva o Santíssimo Sacramento, o de Nossa Senhora do Rosário, o do Senhor Jesus, o de São Gonçalo, o de Santo Tomás e São Jacinto, o de São Sebastião, o de Santo António e o de São Vicente Ferrer; tem as irmandades de Nossa Senhora do Rosário, com copioso número de irmãos, que manda celebrar missa cantada todos os sábados pelos irmãos e paga aos padres os sermões dos primeiros domingos de cada mês, nas vésperas, que faz das excelências do rosário, a Irmandade do Senhor Jesus e a de São Gonçalo; referência à fonte do Calvo não ser perene, porque não lançava água sempre; 1834 - após a extinção das Ordens Religiosos, a igreja é cedida ao pároco de São Pedro; 1835, 21 janeiro - requisição da igreja para paróquia da freguesia de São Dinis; 11 junho - entrega da igreja pelo prefeito local ao reitor de São Dinis, para sede da paróquia; 7 setembro - a igreja passa para a paróquia da freguesia de São Dinis; 11 setembro - requisição do edifício conventual pelo Ministério da Guerra para quartel do Batalhão de Caçadores nº 3; 14 setembro - a cerca passa a horta do regimento de Caçadores nº 3; 21 outubro - portaria manda pôr à disposição do Governo Civil dois quarteirões do edifício para tribunal e Biblioteca; 1837, 21 novembro - estando o antigo convento ocupado pelo Batalhão de Caçadores nº 3, deflagra um enorme incêndio que consumiu inteiramente o interior do convento e chega à igreja, só poupando a capela-mor; 1842, 30 março - venda da cerca; 1843, dezembro - transferência do antigo cruzeiro do Campo do Tabulado para o adro da igreja; 1845 - incêndio no edifício; 1850 - colocação do segundo sino na torre sineira, de 23 arrobas, e feitura das casas para as sessões e arrecadação das Irmandades do Santíssimo Sacramento e da Senhora do Rosário; 1854, 17 Abril - anúncio para venda do edifício conventual; 1891, outubro - uma comissão de cidadãos encomenda um órgão para a igreja; 1905 - a fonte do Chão já não era perene; séc. 20 - entaipamento da fonte do Calvo no muro da cerca, deixando à vista apenas o vão em arco quebrado, e da fonte do Chão, nas imediações, deixando aparente apenas o arco em volta perfeita; 1922, 20 abril - criação da diocese de Vila Real pelo Papa Pio XI, pela Bula "Apostolicae Praedecessorum Nostrorum", com paróquias provenientes da Arquidiocese de Braga (166) e das Dioceses de Lamego (71) e de Bragança (19), ficando com os limites do distrito do mesmo nome; o primeiro bispo foi D. João Evangelista Vidal (1923-1933); 1924 - sagração da igreja conventual como Catedral; 1930, 28 janeiro - na sequência da elevação da igreja a Sé e dado o estado do imóvel, com caiação das paredes e mutilação de colunas e capitéis, o secretário-geral do Governo Civil solicita à DGEMN que interceda junto do Ministro do Comércio a cedência de verba para a limpeza interior e o envio de um arquiteto para orçar as obras necessárias ao seu restauro; 1930, década - adaptação de parte da zona regral a cine-teatro, com capacidade para 789 lugares; 1938 - pedido para que o retábulo-mor do Mosteiro de Odivelas (v. PT031116030003) fosse desmontado e transferido para a Sé de Vila Real, o que foi deferido; 1942 - carta do padre Artur Pinto dos Santos ao Diretor-Geral da DGEMN solicitando um púlpito e a afinação do órgão para o funcionamento do culto, não do órgão antigo, "pois êsse quando da desmontagem ficou quàsi destruído"; mas ao menos, de um outro mais pequeno que entretanto conseguiram (TXT.01917391); o cadeiral da capela-mor ainda não fora colocado, o que causava constrangimento; 1943, 16 abril - ofício do arquiteto diretor da Regional do Norte ao Diretor-Geral solicitando um retábulo da Igreja de São Domingos, em Guimarães, para o braço N. do transepto da Sé de Vila Real *2; 1959 - temporais durante o inverno provocam destruição parcial do vitral da rosácea da fachada principal; 1968 - 1971 - feitura de bancos com genuflexório e altar projetados pelo arquiteto José Marques da Silva (DES.00004922 e DES.00004924); 1990 - existiam materiais do primitivo órgão no coro-alto; 1992, 01 junho - o imóvel é afeto ao Instituto Português do Património Arquitetónico, pelo Decreto-lei 106F/92, DR, 1.ª série A, n.º 126; 2001 - início das obras na zona regral para instalação do Conservatório Regional de Música, com projeto do arquiteto António Belém Lima (Arquitetos Piolelo); 2003 - colocação de vitrais pintados por João Vieira (1934-); 2004 - inauguração do Conservatório Regional de Música; dezembro - vigília da paróquia da Sé como forma de protesto contra os atrasos na conclusão das obras de restauro e a consequente demora na abertura do imóvel ao público; 2005, 26 maio - reabertura da Sé ao público, com a realização de uma missa às 17H00 seguida da procissão do Santíssimo Sacramento, com a participação de todas as paróquias, em direção à Igreja de Nossa Senhora da Conceição; 2009 - o Monsenhor Agostinho da Costa Borges, reitor do Instituto Português de Santo António, em Roma, sugere ao bispo da Diocese a instalação de um órgão sinfónico na Sé de Vila Real; 2010 - constituição de uma comissão para estudar o assunto; 2016, 1º semestre - data prevista para instalação do órgão sinfónico na Catedral de Vila Real, adquirido à empresa italiana "Famiglia Vicenzo Mascioni", com sede em Varese, e orçado em cerca de 582 mil euros, dos quais cerca de 408 mil são comparticipados por fundos comunitários; o grande órgão é de quatro teclados, composto de trinta e três registos para um total de 2180 tubos; 2016, 20 abril - inauguração do novo órgão de tubos da catedral. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Estrutura em cantaria aparente ou rebocada e pintada de branco; placas e grelhagem de betão armado; embasamento, pilastras, frisos, cornijas, pináculos, molduras dos vãos e outros elementos em cantaria de granito; guardas em ferro; caixilharia e portas de madeiras ou em perfis de ferro pintado; pavimento em lajes de cantaria ou em soalho; vãos com vidros simples ou vitrais; tetos de madeira e estuque; retábulo de talha dourada; guarda-ventos em vidro e perfis de ferro; algerozes, caleiras, palas, rufos e tubos de queda em cobre; cobertura e beirada de telha ou em metal. |
Bibliografia
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Documentação Gráfica
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DGPC: DGEMN:DREMN, DGEM:NDSID, DGEMN:DRML |
Documentação Fotográfica
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DGPC: DGEMN:DREMN, DGEMN:DSID, IPAE; Secretariado dos Bens Culturais da Igreja / Terra das Ideias |
Documentação Administrativa
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DGPC: DGEMN:DSMN, DGEMN:DSID, DGEMN:DSARH; IAN/TT: Arquivo Histórico do Ministério das Finanças: Livro - Junta de Crédito Público - 3ª Repartição - Lº 1 das Requisições |
Intervenção Realizada
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1765 - restauro do coro; 1789 - escritura de arrematação e ajuste da obra de carpinteiro e forro do corpo da igreja, por José Correia Mourão, de Vila Real, segundo os apontamentos fornecidos pelo padre prior frei Francisco da Rocha Leitão, por 640$000; 1790 - escritura de contrato e ajuste da obra do pavimento da igreja, entre frei Manuel de Santo Thomás, vigário do convento, e o pedreiro António Alves Coutinho, de Vila Real, e o carpinteiro Silvestre Fernandes da Silva, de Vila Nova, para fazer as sepulturas encaixilhadas em pedra; 1837, depois - restauro do edifício na sequência do incêndio; DGEMN: 1930, 5 maio - Portaria de 30 de abril, DG n.º 102, 2.ª série, nomeia a Comissão Administrativa das obras a executar na Sé composta pelo Arquiteto Baltazar de Castro, diretor interino dos Monumentos Nacionais do Norte, Agostinho de Oliveira Baía da Costa Lobo e Padre Agostinho José Moutinho *3; 13 julho - memória justificativa das obras imprescindíveis: reparação geral dos telhados, remoção dos rebocos em paramentos interiores e das caiações em pilares e paramentos exteriores, restauro de diversos ornatos e molduramentos, limpeza e lavagem exterior de paredes (39.536$00); 1931, 29 junho - aprovação da proposta de António de Pádua Ferreira relativa a diversos trabalhos na Sé: substituição da telha incapaz, reparação do forro substituindo o em mau estado e lavagem de silharia, limpando toda a caiação (8.000$00); 1932 - instalação de água para abastecimento da Sé; 1933, 25 abril - aprovação da proposta de António de Pádua Ferreira relativa ao apeamento e reconstrução completa da armação de telhado da nave central em madeiramento de castanho e reconstrução do seu telhado com telha nacional dupla; 1935, 3 janeiro - aprovação da proposta de António de Pádua Fernandes relativa à demolição do pavimento e à reconstrução do lajeamento em cantaria lavrada e "apeamento cuidadoso de altares, incluindo a reconstrução de paramentos de cantaria lavrada" (TXT.01917184); 17 maio - aprovação da proposta de Saul Domingues Esteves de diversos trabalhos: picagem, raspagem e lavagem de rebocos das paredes e pilares em cantaria, picagem e limpeza dos estuques e dos tetos das naves, reconstrução de armação de telhado com barrotes e forro aparelhado à vista, reconstrução da cobertura de telhado nacional (15.000$00); 1936, 11 novembro - aprovação da proposta de António de Pádua Ferreira para proceder à consolidação de paramentos desaprumados de paredes de cantaria apicoada, reconstrução e assentamento completo de janelas primitivas em cantaria, apeamento completo de um anexo de arrecadação para desafrontamento do portal exterior da nave lateral esquerda, demolição do pavimento da igreja e sua reconstrução completa com lajedo de cantaria lavrada, limpeza geral e tomada de juntas com argamassa hidráulica de cimento e areia de paramentos de cantaria e de terras escavadas junto da igreja para regularização do terreno TXT.01917191, TXT.01917192); 1937, 26 fevereiro - memória descritiva relativa ao prosseguimento das obras de restauro, conservação e limpeza da Sé, compreendendo (TXT.01917257): apeamento de uma arrecadação recente que entaipava a porta lateral esquerda, corte e respetivo arranjo da fachada do prédio vizinho, voltada à Sé, e vedação da passagem compreendida entre esta e o referido prédio, restauro das janelas primitivas da nave central, lajeamento em cantaria apicoada da igreja, reconstrução de vários panos de parede de silharia para entaipamento de rasgos, reconstrução da armação dos telhados e substituição total dos telhados, reconstrução da parte superior da parede do pórtico principal que está desaprumado (compreendendo rosácea e demais elementos), desmonte de dois retábulos do topo do transepto e dos colaterais que ladeiam arco triunfal, "altares de madeira ordinários e - sem qualquer utilização", substituição de portas de madeira, limpeza e tomada de juntas, pintura dos madeiramentos, beneficiação do nicho do batistério (limpeza e novo pavimento), entaipamento de vãos existentes em paredes de cantaria apicoada; abril - adjudicação das obras ao empreiteiro Manuel Fernandos Morango (176.200$00); 1938, 26 junho - aprovação da proposta de António de Pádua Ferreira relativa ao apeamento da capela-mor e sua reconstrução, cobertura da mesma por laje em betão armado, cobertura dos anexos da igreja com telha dupla e reconstrução do pavimento da tribuna e altar-mor, incluindo as escadas e guarda; apeamento das cantarias do campanário construído sobre as paredes de silharia da Sé incluindo a arrumação do material; mudança cuidadosa do portal de cantaria anexa ao pórtico principal da sé compreendendo o seu apeamento e reconstrução respetivas (TXT.02414423); 31 outubro - tendo o Bispado de Vila Real solicitado à Direção Geral da Fazenda Pública a cedência da talha do altar-mor da igreja do convento de Odivelas, que estava a ser retirada, o mesmo questiona o Diretor-Geral sobre se via inconveniente em satisfazer aquele pedido e em que condições deve fazer-se a sua colocação na Sé de Vila Real (TXT.01917312); 2 novembro - ofício da DGEMN informa não ver "inconveniente na cedência do altar a sair com as obras de restauro da Capela Mór da Igreja de Odivelas para a Sé de Vila Real, desde que seja apeado e transportado e colocado sob a orientação desta Direcção" (TXT.01917314) *4; 27 dezembro - aprovação da proposta de António de Pádua Ferreira relativo a diversos trabalhos, até à quantia de 10.615$40 (demolição de maciço de alvenaria e reconstrução de paredes em cantaria da sacristia); 1939 - auto de cessão do retábulo da Igreja de Odivelas ao Bispado de Vila Real; 5 agosto - aprovação da proposta de António de Pádua Ferreira para realizar a reconstrução de paredes em mau estado, construção e assentamento de degraus em cantaria, vigamento de castanho incluindo soalho de pinho, construção e assentamento de portas "reconstrução cuidadosa do altar-mór em talha dourada, incluindo a restauração das partes deterioradas" refechamento de juntas e construção de pavilhão de retrete (até 50.000$00); 20 novembro - aprovação da proposta do vidraceiro Plácido António Antunes pela construção e assentamento de vitrais armados em chumbo (7.000$00); 23 novembro - aprovação da proposta de António de Pádua Ferreira relativo ao recalcamento de alicerces de paredes de grossura com pedra de alvenaria e cantaria, reconstrução parcial e segundo o existente de paredes de silharia que estão desaprumadas para consolidação e substituição de cantarias em mau estado, lajeado de cantaria apicoada assente em pavimento segundo o já feito, construção da rosácea da fachada principal, reconstrução de dois altares laterais e colaterais no transepto, emboço, reboco e guarnecimento de paredes de alvenaria incluindo impermeabilização (até 40.501$00); 1940, 24 junho - despacho aprova a proposta de Manuel Ferreira Morango relativo à execução de um guarda-vento completo em pinho nacional, servindo de coro, com escada de caracol de acesso (até 10.000$00); 1942, maio - despacho aprova a proposta de António de Paula Ferreira relativo aos diversos trabalhos no adro da Sé: demolição completa da vedação em curva da entrada do adro junto à torre e arrumação das cantarias aproveitáveis e do gradeamento e portão de ferro existentes, construção do alicerce em sapata da nova vedação, assentamento das cantarias e pilares e parapeito existentes no alinhamento da futura vedação, corte e nova colocação entre pilares do atual gradeamento de ferro, reparação geral e novo assentamento do portão em ferro e pintura (8.000$00); 29 dezembro - aprovação da proposta de Saul de Oliveira Esteves para construção e assentamento de cadeiral de madeira de castanho na capela-mor, igual às cadeiras existentes, que serão reparadas, execução de estrado, arranjo de degraus, execução de teia e respetivas portas (17.000$00); 1943, 10 março - carta do Diretor-Geral ao Governador Civil do Distrito informando estar em andamento as obras de conclusão do cadeiral e que relativamente à afinação do órgão, considera vantajoso o envio de uma estimativa do seu custo para melhor considerar a sua reparação; 1947, 23 setembro - aprovação da proposta de António de Pádua Ferreira dos trabalhos de reconstrução do contraforte esquerdo da fachada principal (15.000$00); 8 dezembro - aprovação da proposta do mesmo para executar outros trabalhos: construção e assentamento de 34,00 m2 de lajeado de cantaria, limpeza e tomada das juntas de paramentos de cantaria em várias paredes (11.295$00); aprovação da proposta de Saul de Oliveira Esteves para fornecimento e assentamento de cantarias aparelhadas, reparação de uma parte dos telhados da sacristia e anexos incluindo a vedação de rufos com argamassa (12.015$00); 1948, 27 maio - aprovação da proposta de António de Pádua Ferreira relativa à reparação dos telhados e cadeirais e escavação para verificação das fundações do contraforte frontal (7.000$00); 31 maio - aprovação da proposta de Adolfo Marcos, mestre de talha, para executar um púlpito de madeira de castanho "aproveitando algumas peças já executadas para o mesmo" (7.800$00) (TXT.01917449); 28 julho - aprovação da proposta de António de Pádua Ferreira para reconstruir o contraforte da frontaria (14.000$00); 30 agosto - aprovação da proposta de Manuel Ferreira Morango relativo ao fornecimento de madeiras de castanho molduradas e remates para a capela-mor, construção de armação interior de madeira com engates e ferragens para o púlpito, e construção de uma escada de castanho (14.500$00); 6 outubro - aprovação da proposta de Francisco Pinto Loureiro relativo ao apeamento e novo assentamento da parte superior do pórtico da fachada principal, reparação e consolidação geral da torre, construção e assentamento de degraus de cantaria no interior da mesma e construção e assentamento de 3 vitrais (33.480$00); 1949, 25 maio - aprovação da proposta de António Pádua Ferreira para execução do lajedo de cantaria no adro da igreja e pavimento térreo da torre sineira, degraus de cantaria e assentamento na escada da torre e limpeza e tomada das juntais interiores das paredes da torre (40.000$00); 19 novembro - aprovação de proposta de António Pádua Ferreira para construção e assentamento de duas portas na torre sineira, reparação de rebocos interiores da capela-mor, pinturas das portas exteriores e reparação do corrimão da escada da torre (10.000$00); 1953, 17 junho - aprovação da proposta de Francisco Pinto Loureiro relativo à feitura de dois altares para os braços do transepto, em cantaria trabalhada a pico fino, com banqueta e sacrário, sobre colunas de cantaria, com degrau, e colunas e seu assentamento na face posterior dos altares para colocação de imagens (40.000$00); 1954 - obras de conclusão do restauro da Sé por Saul de Oliveira Esteves: lajeamento parcial do adro, ligado ao já existente, fornecimento de castiçais de ferro forjado, construção e colocação de uma cruz de granito na "feição da época" na empena do topo S. do transepto, e de uma teia de madeira na capela-mor, rebaixamento do coro sobreposto ao guarda-vento do portal axial, rebaixamento da base do portão de ferro da entrada do adro e parte das coberturas e vedações dos telhados, pinturas com tinta de óleo, enceramento dos madeiramentos do cadeiral da capela-mor e guarda-vento (TXT.01917614 - TXT.01917616); 31 agosto - conclusão dos trabalhos; 1955, 18 agosto - despacho a autorizar a adjudicação da empreitada de instalação elétrica e de som da igreja à Empresa de Construções Eléctricas, Ldª (51.000$00) TXT.06833171); 1956, 28 março - despacho ministerial autorizando a continuação da reparação da instalação elétrica, adjudicada à Empresa de Construções Eléctricas, Ldª (49.750$00); 1959 - colocação de caixilho em ferro na rosácea da fachada principal em substituição do vitral, pelo pároco, e a título provisório; 23 dezembro - despacho ministerial autorizando a execução e assentamento de um vitral na rosácea da frontaria por João Batista Antunes (4.500$00); 1961, 20 outubro - início da remodelação da instalação elétrica e montagem de um ramal de alimentação do templo, em substituição da linha aérea existente, pela Empresa da Construções Eléctricas, Ldª (28.100$00); 1969, 16 abril - construção e fornecimento de bancos de madeira de mogno africano completos, com genuflexórios, para a nave central, por Ricardo Pereira de Barros (59.972$00); 1971, 28 junho - início da obra de reparação das vedações da cobertura da sacristia na parte voltada ao transepto, por Francisco Pinto Loureiro (19.900$00); padre Henrique Maria dos Santos envia para parecer projeto relativo à colocação de um altar no transepto; julho - altar já se encontrava executado e assento no local previsto; 1974, 18 junho - início da reparação e beneficiação da Sé, sobretudo na cobertura e refechamento de juntas, por Ferreira dos Santos & Rodrigues (29.990$00); dezembro - trabalhos de proteção contra as águas pluviais, por Ferreira dos Santos & Rodrigues, Ld (16.500$00); 1976 - picagem do revestimento, impermeabilização das juntas e respetivo reboco na torre e fachada virada à avenida, limpeza geral de telhados, consolidação de soalhos, especialmente os sobrepostos à sacristia, por Ferreira dos Santos & Rodrigues, Ldª (149.950$00); 1977, 29 abril - início das obras de conservação exterior, compreendendo a picagem do revestimento existente, em mau estado, na fachada lateral da capela-mor e sacristia e de toda a torre, com exceção da zona voltada à Avenida, reconstrução do emboço e reboco, limpeza e revisão geral dos telhados, afinação das portas, reparação dos cabeçotes dos sinos, pintura das portas e portadas da torre e capela-mor, por Afonso Ferreira de Oliveira (199.950$00); 1978, 16 março - início da reparação de telhados, por Afonso Ferreira de Oliveira (29.990$00); 17 dezembro - despacho Ministerial adjudicando à oficina de carpintaria Ricardo Pereira de Barros o fornecimento de seis bancos de madeira (16.300$00); 1987 - conclusão da beneficiação das coberturas e melhoramentos na sacristia, por Oliveira, Pereira & Valente, Ldª (2.739.218$00); IPPC: 1987 - conclusão da beneficiação das coberturas e melhoramentos na sacristia; 1996 - elaboração de projeto de intervenção na Sé pelo arquiteto Humberto Vieira, prevendo a reorganização do altar-mor, reabilitação e ampliação do cadeiral, substituição de estuques de paredes e tetos, recuperação de paredes em granito, redimensionamento dos pavimentos em madeira e restauro dos vitrais da capela-mor; IGESPAR: 2001 / 2002 / 2003 / 2004 / 2005 - levantamento arquitetónico da igreja e partes contíguas do antigo convento e envolvente imediata; promoção de um plano de pormenor em articulação com a autarquia; obras de conservação e restauro da igreja constando de: limpeza das cantarias e juntas da fachada; fornecimento de elementos novos em granito; limpeza e reparação do madeiramento da estrutura da cobertura, com colocação de protecção térmica e telas de impermeabilização, e colocação de nova telha, de algerozes, caleiras, palas, rufos e tubos de queda; recuperação das portas exteriores e janelas; levantamento e recolocação do lajedo do interior; recuperação de um sanitário e criação de um novo; demolição da escada de madeira e feitura de uma nova; demolição de tabiques e escadas na ante-sacristia; recuperação da estrutura e pavimentos em madeira na sacristia; substituição do pavimento térreo da sacristia, em tijoleira, por soalho de madeira; picagem de todos os rebocos da sacristia e ante-sacristia e execução de novos; feitura de guarda-ventos; instalações de sistema de iluminação e de som; recuperação da torre que ameaçava ruir, dos sinos e relógio; conservação da capela-mor; conservação e restauro do património integrado e mobiliário; arranjos exteriores do adro, com corte do plátano, correção da deformação do muro de suporte, drenagem do terreno e ampliação da área pavimentada a lajeado de granito; CM Vila Real: 2002 / 2003 - construção do conservatório regional de música. |
Observações
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*1 - A capela de Nossa Senhora da Conceição, da sala do capítulo, tinha nas paredes quatro arcosólios e no pavimento, um carneiro para sepultura da família de Afonso Anes; o retábulo ficava ladeado por dois arcosólios e no fecho do arco tinha a seguinte inscrição "ESTA OBRA MANDOU FAZER JOÃO ANES CARNEIRO NA ERA DE 1492, E POR JÁ ESTAR DANIFICADA, GASPAR CARNEIRO, SEU FILHO, A MANDOU RENOVAR, NA ERA DE 1536. DOMINGOS MAGALHÃES CARNEIRO, ADMINISTRADOR DESTA CAPELA, A MANDOU REFORMAR EM 1634". No mesmo arco existia ainda o escudo com as armas do instituidor. Na face de um dos mausoléus havia outra inscrição "AQUI JAZ JORGE DOMINGOS, BACHAREL, QUE DEUS TEM, E MANDOU FAZER ESTA SEPULTURA". E, por baixo: "DOMINGOS DE MAGALHÃES CARNEIRO, SARGENTO-MOR QUE FOI DA ILHA DE S. TOMÉ, É ADMINISTRADOR DESTA CAPELA. ERA DE 1634". Segundo Correia de Azevedo (pp. 120, 121), neste mausoléu havia três brasões. *2 - No ofício de 16 de abril de 1943, o arquiteto diretor dirigia-se ao Diretor Geral dizendo que "sendo indispensável colocar no braço norte do transepto da Sé Catedral de Vila Real um altar de dimensões especiais e que se coadune com o interior da igreja, afim de dar por terminados os trabalhos de restauração daquele Monumento, e existindo na Igreja de S. Domingos, em Guimarães, um altar com o caráter e dimensões do que se necessita, altar este que terá de ser removido desta igreja logo que se inicie o restauro do transepto", solicita as autorizações indispensáveis à mudança para a Sé de Vila Real (TXT.01917396 - TXT.01917403). A 7 de julho foram enviadas seis fotografias dos altares da igreja de São Domingos de Guimarães, com as legendas e informação da vantagem da remoção do altar lateral da mesma igreja para a Sé. Informava-se ainda que o altar e o órgão da capela-mor da Igreja de são Domingos eram mantidos no local em virtude de se enquadrarem na época da capela-mor (TXT.01917400). A fábrica da Igreja de São Domingos, proprietária do altar, não o quis ceder nem que fosse removido do local onde se encontrava, no entanto, a 9 de novembro foi autorizada a sua saída para as igrejas do Seminário de Nossa Senhora da Conceição, em Braga, e de Moreira dos Cónegos, em Guimarães. Oito anos depois, a 15 de abril de 1951, o Ministro das Obras Públicas José Frederico Ulrich, emite despacho pedindo "orçamento substituição altares do "cruzeiro". Teria muito interesse em que o trabalho fizesse no próximo ano" (TXT.01917533). Um ofício de 14 de maio do mesmo ano, refere que, durante a 1ª fase dos trabalhos de restauro, foram desmontados os altares dos topos do transepto e dois outros dispostos de um e outro lado do arco do cruzeiro, os quais por insuficiência das suas características artísticas foram retirados da obra; admitiu-se aguardar a oportunidade de se conseguir obter a disponibilidade de dois altares com merecimento para os topos do transepto; a secção aguardava que com o decorrer das obras de restauro da Igreja de São Domingos, em Guimarães, fosse solucionado o problema do seu altar-mor, para depois se determinar a possibilidade de dispensa dos dois altares em talha dourada dos braços do transepto, os quais dadas as suas dimensões e merecimento artístico, poderiam facilmente ser adaptados e colocados nos topos do transepto, para o que teria de ser encarada a sua aquisição à respetiva Irmandade daquela Igreja; (TXT.00783393). Um novo despacho do ministro, de 15 junho, determina que "A obra será considerada no plano de 1952, pelo que deverá desde já projetar-se" (TXT.01917537). Em 1952, a solicitação de altares já incidia em retábulos de outra igreja. De facto, a 16 de abril, e a fim de dar cumprimento ao despacho ministerial, o diretor dos Serviços escreve ao Diretor-Geral "autorizada a retirada de dois altares que se encontram desmontados e sem aplicação na Igreja de Santa Maria de Abade de Neiva, em Barcelos" (TXT.01917538). Um despacho ministerial de 6 maio autoriza a colocação no cruzeiro da Sé dos dois altares que se encontram desmontados na dita igreja de Abade de Neiva (TXT.01917541) e um outro de 2 junho, concede a dotação de 2.030$00 para o transporte dos mesmos. Contudo, a 28 de julho, o pároco de Abade de Neiva escreve informando que "não fará a entrega dos dois altares sem autorização do Prelado, a quem ele já pôs o problema" (TXT.01917557). Esta autorização nunca chegou e os retábulos nunca foram deslocados para a Sé de Vila Real, acabando por se publicar, a 5 de novembro, uma portaria anulando a comparticipação da verba para transporte e encaixotamento dos dois altares. *3 - A 8 de abril o Governador Civil escreve ao Diretor-Geral da DGEMN propondo os cidadãos Dr. João Evangelista de Lima Vidal, Arcebispo da Diocese, o pároco da Sé, Dr. José Paulo Teixeira do Amaral, Dr. António Feliciano Botelho da Silva Fernandes, Padre Filipe Correia da Mesquita Borges e Heitor Correia de Matos para fazerem parte da Comissão das obras da Sé. Contudo, depois da DGEMN informar que bastavam dois membros para integrar a Comissão administrativa das obras da Sé, o Governador Civil, por carta datada de 23 de abril, propõe os cidadãos Agostinho de Oliveira Baía da Costa Lobo e o Padre Domingos José Moutinho. *4 - O retábulo-mor da Igreja de Odivelas é descrito, a 3 de fevereiro de 1939, como sendo composto "de um corpo central e dois laterais. O corpo central é constituído por um vidro ladeado de dois painéis sem pinturas, separados por colunas salomónicas ornamentadas, sobre as quais assenta em entablamento singelo. Os dois painéis são envolvidos por uma cercadura ornamentada. Sobre este corpo central assenta o trono composto de 6 degraus moldurados e pintados, cobertos por sua vez por uma abobada de talha dourada, em painéis quadrados. Os dois corpos laterais exatamente iguais, são constituidos por um vidro aberto entre duas colunas jonicas canelas, sobre as quais repousa um entabulamento ornamentado. Sobre este entabulamento se aprumam duas colunas corintias, que ladeiam um painel de abrir, com uma pintura representando uma imagem de Santo. Todo o altar é de madeira, dourado, e obra do Séc. XVII" (TXT.01917329). *5 - Antes das obras de restauro do séc. 20, na nave central, no pilar entre a nave e o cruzeiro, dispunha-se, do lado do Evangelho, o púlpito, em talha policroma e dourada, de bacia retangular sobre mísula piramidal invertida ornada de acantos e rematada em pinha, dom guarda plena em talha, decorada de vasos com flores, sobre friso convexo vegetalista, e encimado por baldaquino, decorado com festões e querubins, e inferiormente com pomba do Espírito Santo sobre resplendor. O pilar entre a guarda e o baldaquino era revestido a apainelado de talha, rematado em cornija com motivos vegetalistas. O púlpito era acedido por escada de madeira, inferiormente decorada com botões. Percorrendo as três naves, existia um coro-alto de madeira, com guarda em balaustrada, acedido, no lado do Evangelho, por escada de cantaria, encostada a corpo de cantaria que avançava da estrutura e tinha no ângulo coluna toscana; no topo da escada, o portal recortado comunicava com a zona regral. Na nave lateral do Evangelho, o batistério era revestido a azulejos recentes de padrão fitomórfico, integrando ao centro painel figurativo, e a pia batismal hemisférica e não facetada. Na nave da Epístola, antes do arcosólio de arco apontado e interiormente canopial, e junto do mesmo, existia a capela de São Gonçalo, em arco de volta perfeita, com fecho saliente, sobre pilastras, almofadadas, assentes em plintos paralelepipédicos, ornados de florões, intercalados por três almofadas de cantaria com florões, o central contendo brasão. Albergava estrutura retabular de talha pintada de branco, de três eixos definidos por consolas sobre pilastras, e remate recortado, com elementos dourados, tendo ao centro falso espaldar com querubim; em cada um dos eixos possuía mísula, sendo a central maior; sob a estrutura retabular existia banco de um retábulo mais antigo, em talha dourada, composto por dois plintos laterais paralelepipédicos ornados de acantos e apainelado central igualmente de acantos. Os braços do transepto eram delimitados por guarda em ferro e possuíam lateralmente janelas, encimadas por sanefas de talha. Os retábulos do topo do transepto, tardo barrocos, possuíam planta convexa de três eixos, definidos por seis colunas com o terço do fuste marcado e decorado com festões, as quatro interiores sobre plintos paralelepipédicos, almofadados e com albarradas, e de capitéis coríntios, coroadas por urnas; no eixo central, abria-se tribuna, em arco de volta perfeita, de chave relevada, sobre pilastras, e nos laterais surgiam apainelados sobrepostos por mísulas; o ático era em espaldar curvo, sobreposto por resplendor, sobre frontão interrompido; no sotobanco tinham apainelados decorados com motivos vegetalistas contendo sacrário, tipo templete, com cobertura em domo. Os altares eram paralelepipédicos, ornados de almofadas com florões. Na parede testeira dos braços do transepto e atrás dos retábulos, desenvolviam-se sacristias, organizadas em dois pisos, possuindo no inferior lavabos de espaldar retangular, definido por pilastras almofadadas sustentando cornija reta, possuindo bica carranca encimada por reservatório, interiormente concheado e tendo frontalmente bácia retangular. Os retábulos colaterais que ladeavam o arco triunfal, igualmente tardo-barrocos, possuíam planta convexa, de um eixo definido por duas pilastras e duas colunas, com o terço inferior marcado, as colunas ornadas com festões, e de capitéis coríntios, coroadas por urnas; ao centro rasga-se nicho, de perfil curvo, com porta envidraçada e albergando imaginária; o ático era em espaldar recortado, ornado de festão e resplendor, rematado em cornija reta sobreposta por cornijas interrompidas por volutas e acantos vazados. Possuíam altar tipo urna com frontal ornado de motivos vegetalistas. Na capela-mor, o supedâneo, de cinco degraus centrais, possuía no frontal do lado do Evangelho, pedra de armas com elmo e paquife. Lateralmente, as janelas possuíam o enxalço revestido a talha, decorada com acantos e cartela central. O retábulo-mor, em barroco joanino de transição para o rococó, tinha planta côncava e três eixos, o central convexo, definidos por quatro colunas em falsas salomónicas, com os terços superiores percorridos por espira fitomórfica, sobre plintos galbados, ornados de motivos vegetalistas; ao centro abria-se tribuna em arco e nos eixos laterais existiam mísulas enquadradas por molduras de talha recortada; o ático era em espaldar recortado, decorado com concheados, fragmentos de cornija, motivos vegetalistas e anjos de vulto no alinhamento das colunas interiores; no sotobanco abriam-se as portas de acesso à tribuna, de perfil curvo e no banco tinha apainelados contendo motivos vegetalistas, integrando ao centro sacrário tipo templete, com faces delimitadas por colunas. O altar era paralelepipédico. |
Autor e Data
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Isabel Sereno e Ricardo Teixeira 1994 / Paula Noé 2013 (no âmbito da parceria IHRU / Secretariado Nacional para os Bens Culturais da Igreja) |
Actualização
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