Moinhos de Água da Arieira / Moinhos de Água da Arieireira
| IPA.00010116 |
Portugal, Évora, Mora, Pavia |
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Estação de moagem composta por dois moinhos de submersão, de roda horizontal, de rodízio, pelo açude e pelas infraestruturas de apoio constituídas pela Casa do Moleiro, Casa do Forno e Armazém. Os moinhos apresentam de 2 a 1 aferidos ( linhas de moagem ). Os moinhos são estruturas robustas, por vezes de ângulos boleados, destinadas a submersão parcial ou total durante o inverno, desmontando-se então as moendas, excepto as mós, que eram reinstaladas logo que as águas baixavam; apresentam planta longitudinal, com entrada única, individualizada, aberta numa das faces menores; alçados de alvenaria de pedra argamassada, com ou sem tijolo, revestida com fortes rebocos de cimento, reforçados a vazante por contrafortes em rampa entre os quais se abrem os caboucos; coberturas exteriores em abóbada, de alvenaria pétrea argamassada, rebocada; paredes interiores rebocadas e caiadas, com coberturas em abóbada de canhão munidas de respiradouro; a iluminação é feita por pequenas aberturas quadrangulares, no máximo duas por moinho; os pousos (mós fixas) assentam em bases de alvenaria de pedra e tijolo argamassada. As infraestruturas de apoio inserem-se numa tipologia comum aos outros moinhos da região, que apresenta ligeiras variantes, relacionadas com a dimensão dos respectivos agregados familiares: casas dispostas paralelamente aos moinhos e a eles viradas, com coberturas em telhado de uma água, alçados de um único registo, rasgados os principais por porta simples, de acesso à divisão principal, a sala, e os laterais por porta idêntica de acesso à cocheira localizada sempre na fachada traseira; no interior a sala com lareira, pial dos cântaros e cantareira, comunica directamente com o quarto, pequeno, com ou sem pequena janela de iluminação; a cocheira comunica com o quarto do moleiro através de pequena janela e apresenta a manjedoura sempre no alçado traseiro; a casa do Forno fica adossada ao alçado lateral; esta planimetria base pode depois ser simétricamente duplicada como acontece neste moinho que apresenta duas Casas do Moleiro agregadas num único corpo, partilhando de chaminé e cocheira comuns, e com uma única casa do Forno. |
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Número IPA Antigo: PT040707040046 |
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Registo visualizado 2294 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Extração, produção e transformação Moagem
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Descrição
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Estação de moagem composta por dois moinhos, açude, duas casas dos Moleiros, agregadas num único corpo e partilhando cocheira, deitando as fachadas principais para a ribeira e moinho, casa do forno.adossada à esquerda, e arrecadação, isolada, à direita. Massas dispostas na horizontal, cobertura diferenciada em abóbada nos moinhos, em telhado de 1 água no corpo das casas dos moleiros e na casa do Forno, de 2 águas na arrecadação. MOINHOS: plantas longitudinais, articuladas transversalmente, com coberturas pétreas, em abóbada; um moinho disposto no sentido NE. - SO., um disposto no sentido NO. - SE.. A água, desviada a partir do açude erguido a N., entrava pelas fachadas SE. e NE. do 1º e do 2º moinhos respectivamente, entradas essas hoje encobertas pela areia acumulada. Alçados de um registo e de pano único, em aparelho de pedra rusticada, argamassada ou insonsa, com blocos de maiores dimensões ao nível térreo; aparelhos revestidos de fortes rebocos e algumas esquinas boleadas; embasamentos parcialmente alicerçados na penedia do leito do rio ou do terreno; alçados reforçados a vazante por contrafortes em rampa entre os quais se abrem os caboucos; vãos simples, de vergas rectas, rasgados na espessura dos muros. Fachada principal do 1º moinho a NO., ritmada por 3 contrafortes rampeados, de secção em meia laranja; o contraforte da esquerda coloca-se ligeiramente na diagonal; apresentam a parte inferior ( durante o período de laboração coberta pelas águas ), em alvenaria pétrea, insonsa, de grandes blocos travados por outros de menores dimensões, em forma de cunha e com o gume no sentido da corrente; a parte restante é de alvenaria pétrea, argamassada, de blocos de menores dimensões, revestida por fortes rebocos; entre os contrafortes abrem-se dois caboucos, em arco de volta perfeita; na fachada SO. rasga-se, à direita, a porta simples, de verga recta, com acesso por 2 degraus; na fachada NE. rasga-se, ao centro, janela rectangular simples; fachada SE. rasgada, sensivelmente ao centro, por pequena janela quadrada. Fachada principal do 2º moinho a SO., com alto embasamento em ressalto no qual se rasgam dois caboucos em arco de volta perfeita, parcialmente encobertos por areia; imediatamente acima do embasamento, rasga-se, central, pequena abertura circular; sobre esta rasga-se axialmente, janela quadrangular; na fachada SE., ressalto ocupando c. de metade da superfície murária e caindo em rampa do lado esquerdo, facilitando o escoamento da água em período de cheias; neste ressalto rasga-se à direita porta simples de acesso ao interior; empena curva tendo ao centro pequena lápide de cantos chanfrados com a data 1940; fachada NO. cega tendo adossado o corpo do 1º moinho; fachada NE. cega com embasamento em ressalto. INTERIOR: no 1º moinho pavimento de lages pétreas, reutilizando antigas mós; no 2º moinho pavimento de cimento; coberturas em abóbadas de berço, de perfil abatido, irregular, munidas cada uma de um respiradouro circular; no 1º moinho, do lado esquerdo, vestígios das bases circulares dos pousos ( mós fixas), em alvenaria mista, reaproveitando segmentos de antigas mós, partidas em gomo de laranja; restam ainda um dos pousos e vestígios das armações que suspendiam as moegas; no alçado oposto, janela quadrangular, pequeno nicho quadrado e porta de comunicação com o 2º moinho; neste, no alçado do lado esquerdo, rasga-se em baixo, ao centro, abertura circular; sobre o pavimento bancada em alvenaria de tijolo, argamassada, revestida de cimento e a base circular de um dos pousos; sobre ele, abrem-se na caixa murária, sobrepostos, dois buracos onde se fixavam as armações de suspensão das moegas; em cada um dos alçados, ao nível do arranque da abóbada, rasga-se uma janela em capialço, fronteiras uma à outra; pequeno nicho quadrado no extremo do alçado direito. CASA DO MOLEIRO: de planta longitudinal, massa simples, antecedida de adro elevado, de alvenaria mista argamassada com vestígios de reboco e caiação; o adro tem acesso por 3 lances de 4 degraus, um central e dois laterais a SO. e NE.; coincidência exterior-interior. Fachada principal a NNO., de pano único, rasgado simétricamente por duas portas rectas, simples, vestígios de embasamento pintado a azul e remate recto com beirado saliente; sobre o telhado, ao centro, chaminé piramidal disposta na transversal ostentando lápide com a data 1940; fachadas SO. e NE. de pano único, com remates em meia empena, sendo a 1ª rasgada, sensivelmente ao centro, por porta recta, simples, e a 2ª por pequena fresta rectangular; fachada SSE. de pano único, cego, e remate recto: INTERIOR: o espaço reparte-se em duas casas, contiguas e simétricas: a casa do lado esquerdo apresenta sala rectangular, disposta longitudinalmente, com lareira adossada no alçado SO., de lar rectangular e chaminé piramidal; no alçado NE., a ela fronteira, o pial dos cântaros *1: bancada de alvenaria argamassada de tijolo, rebocada e caiada, rasgada por dois nichos, em arco de volta perfeita; no ângulo NO. vestígios do suporte, em madeira, de cantareira ou pilheira *2; no ângulo oposto, escadaria de 6 degraus, de alvenaria de tijolo burro, argamassada, rebocada e caiada, dando acesso, através de porta simples com soleira elevada, ao quarto do moleiro, de planta quadrangular; no alçado N. desta divisão, janela rectangular, abrindo para a cocheira contígua; esta é de planta rectangular, disposta no sentido N. - S., com mangedoura de alvenaria rebocada e caiada, a todo o correr do alçado O.; tem entrada independente, através de porta rasgada no alçado N., apresentando verga em arco de 3 pontos pelo interior, e recta no exterior; pavimento de calçada; a casa do lado S. é idêntica, com lareira no alçado N. ( em cujo lar se encontra um dos mecanismos motores dos moinhos), pial dos cântaros a S. ( do qual resta apenas um nicho ), 2 nichos quadrangulares rasgados no alçado O. e escadaria de acesso ao quarto do moleiro a SO.; este é de planta rectangular, ocupando toda a largura da casa, sendo rasgado a S. por janela em ligeiro capialço. CASA DO FORNO: de planta rectangular, com fachada antecedida por alpendre telhado. |
Acessos
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Na Herdade da Gonçala. Estrada Cabeção - Pavia; a 500m virar à esquerda e tomar estrada em direcção a Avis; após passar o Monte Grande e a Ribeira da Seda, a c. de 5,5Km, virar à direita por caminho de terra batida (Caminho da Rota das Antas da Ordem); a c. de 200m da Anta da Ordem, virar à direita por caminho de terra batida e seguir em direcção a NO.; passar a ponte sobre a Ribeira, e abrir a porteira que fica imediatamente a seguir, do lado direito; o moinho fica a c. de 600m. |
Protecção
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Inexistente |
Enquadramento
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Rural, isolado, fluvial, na margem S. da Ribeira de Seda. Em local aprazível, perfeitamente harmonizado com a paisagem envolvente, constituída esta maioritáriamente por oliveiras, sobreiros, medronheiros, azevinho e piteiras, em terreno pedregoso atenuado por zonas arenosas. As estruturas de apoio dos moinhos localizam-se na encosta de pequeno vale; os moinhos encontram-se afastados destas 50m a N., em pleno areal fluvial pontuado de árvores de porte, a c. de 50m da margem S. da ribeira (durante o período estival). |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Extração, produção e transformação: moagem |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa |
Propriedade
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Privada: pessoa colectiva |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 18 / 19 (conjectural) |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido. |
Cronologia
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Séc. 18 - 19 - data provável de construção dos moinhos; 1870, 17 de Julho - posturas da Câmara Municipal de Mora, revogando as anteriores, nas quais surge legislação vária relativa aos moínhos de água do Concelho, nomeadamente proibição de moer trigo nas pedras barroqueiras ( próprias para centeio ) ou de moer grão fora do concelho, bem como obrigação de todos os moleiros "de pé de mó, como os maquilões ( os moços que levavam a farinha ao domícilio ) ou carregadores", de prestarem fiança por todo o mês de Janeiro e obrigação dos forneiros de fornos públicos de cozerem o pão e "mais artigos precisos a toda e qualquer pessoa"; 1872 - assinalados na Carta Geográfica redigida e gravada na Direcção de Trabalhos Geográficos,Topográficos, Hidrográficos e Geológicos do reino, sob a direcção de F. Folque; 1940 - data de eventual intervenção ou ampliação no Moinho do Arieira assinalada pelo cronograma presente numa das empenas do moinho e na chaminé da casa do moleiro; 2006, c. de - obras de reconstrução e reutilização. |
Dados Técnicos
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Estrutura mista |
Materiais
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Pedra, tijolo burro, cimento, madeira, telha, ferro. |
Bibliografia
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Câmara Municipal de Mora, Código de Posturas da Câmara Municipal de Mora, Lisboa, Typographia Universal, 1870; OLIVEIRA, Ernesto Veiga de, GALHANO, Fernando e PEREIRA, Benjamim, Tecnologia Tradicional Portuguesa. Sistemas de Moagem, Lisboa, Instituto Nacional de Investigação Científica - Centro de Estudos de Etnologia, 1983. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID; B.N.L.: Cartografia, CP11, folha 25 e CP3, folha 409; Instituto Português de Geografia e Cadastro: 25AP36 |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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2006, c. de - obras de reconstrução e reutilização. |
Observações
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1* - a parte inferior da bancada servia como dispensa; 2* - armário onde se guardavam as louças; *3 - a ter funcionado neste moinho, com cabouco preparado para rodízio e sem, aparentemente, adaptação do mesmo a rodete, a estrutura invulgar do mecanismo poderá relacionar-se, com necessidades de rentabilização da estação de moagem em períodos durante os quais o nível de águas não permitia o funcionamento do rodízio, permitindo o funcionamento do rodete sem necessidade de alterações estruturais dos caboucos. |
Autor e Data
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QualProjecto, Lda. 2001 / Rosário Gordalina 2002 |
Actualização
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2002 |
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